Sindicalistas pedem pressa do governo na definição de um índice de aumento do mínimo, cuja data-base é 1º de maio
As seis centrais sindicais que atuam no Estado deflagram hoje mobilização para garantir o cumprimento da data-base de aumento do salário mínimo regional, que precisa de um projeto de lei do governo para ser reajustado pela Assembleia. Os sindicalistas pedem pressa do governo na definição de um índice de aumento do mínimo, cuja data-base é 1º de maio.
Há duas semanas, as centrais sindicais apresentaram uma proposta de reajuste de 14% para as quatro faixas, que variam de R$ 511,29 a R$ 556,06 no Estado – o mínimo nacional elevou-se em fevereiro para R$ 510. A proposta prevê um plano de recuperação do mínimo gaúcho até 2014.
– Todo ano é essa aflição – justificou o presidente da Força Sindical, Cláudio Janta.
Ao longo de nove anos de vigência, o mínimo regional, que beneficia cerca de 1,2 milhão de trabalhadores, perdeu quase um terço do valor. A proposta de recuperação apresentada pelas centrais sindicais foi encaminhada ao então chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, que deixou o cargo semana passada para concorrer às eleições. Segundo o presidente da CUT, Celso Woyciechowski, o governo não sinalizou com nenhum índice.
– Em 2008 e 2009, estávamos vivendo os reflexos da crise, mas agora estamos num ano de recuperação do emprego e da renda. Uma política de valorização do mínimo ajudaria no equilíbrio dessa retomada de desenvolvimento – afirmou.
Bercílio Silva, que assumiu a chefia da Casa Civil ontem, prometeu agilidade na definição de um índice, mas não garantiu o atendimento das reivindicações dos sindicalistas. Segundo ele, as mudanças no governo ocorridas nos últimos dias e as negociações de aumento para categorias do funcionalismo atrasaram a definição. A Casa Civil informa que um grupo de técnicos estuda o assunto.
– O reajuste do mínimo regional não está parado. Mas o papel do governo não é determinar um índice, e sim intermediar a questão entre trabalhadores, empresários e parlamentares – disse o secretário.
Entidades empresariais são contrárias ao mínimo regional
A Federação das Associações Comerciais (Federasul) voltou a defender o fim do mínimo regional. Segundo o presidente, José Paulo Cairoli, o piso reforça as desigualdades regionais. "A consequência é a manutenção de taxas elevadas de desemprego e de um nível maior de informalidade, especialmente nos segmentos que mais empregam os supostos beneficiários da medida", alertou em nota.
Entidade que abrange um setor no qual o impacto do piso regional é menor, a Fiergs também critica o mínimo. Segundo o presidente, Paulo Tigre, a negociação salarial não deveria envolver parlamentares que não vivem o dia a dia dos setores econômicos:
– Mas já que o piso existe, recomendo pelo menos índices não superiores aos que estão sendo negociados livremente entre as categorias e seus empregadores para que não haja distorções.
*Zero Hora