Ricardo Franzói fez painel das possibilidades econômicas para negociação deste ano
A 12ª Conferência Estadual dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras, realizada no último sábado (26), foi o maior fórum deliberativo sobre a Campanha Salarial da categoria bancária. No final da manhã, durante o evento, os participantes da convenção puderam debater mais detalhes sobre o movimento de negociação com as empresas. O técnico do Dieese, Ricardo Franzoi, apresentou um painel sobre os números estatísticos e as possibilidades da Campanha Salarial 2010.
Ricardo Franzói fez uma retrospectiva da economia nacional, relacionando o crescimento do país com as negociações das mais diversas categorias. Segundo o técnico do Dieese, este ano apresenta um panorama econômico favorável para conquistas na categoria. "Com o crescimento da economia brasileira, a tendência para 2010 é que o reajuste seja maior que em 2009, ano em que os aumentos ficaram entre 0,2% e 1%. Em face da conjuntura atual, estes aumentos podem ficar acima de 2% acima da inflação, conforme a análise econômica dos primeiros quatro meses e também das negociações que têm data-base em maio", esclareceu Franzói.
O painelista fez uma previsão do contexto econômico em que será realizada a negociação salarial com os bancos. "A perspectiva para setembro, data-base dos bancários, é que a inflação esteja em torno dos 5,4%. A partir daí devem ser pensadas as reivindicações salariais para a negociação com as instituições financeira", disse o técnico.
Outro ponto ressaltado por Franzói foi a batalha que os bancários, assim como todas as categorias, encontram para arrancar um reajuste digno do patronato. "Essa questão foge à alçada da economia e vira caso para psicólogos ou sociólogos. Há uma cultura de que os patrões não podem aumentar os salários dos empregados. Assim ocorre com os bancos: ainda que os lucros sejam muito altos, o pensamento não é de oferecer a remuneração justa e condizente com estes números. O patronato, estranhamente, considera o salário um gasto e não um investimento" ressaltou Ricardo Franzói.
* Fetrafi-RS