A luta dos bancários de bancos federais pela isonomia de direitos foi reafirmada no último sábado, pelos participantes do 2º Encontro Estadual pela Isonomia. O evento, promovido pela Federação Estadual dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras (Fetrafi-RS), SindBancários e APCEF/RS, contou com a participação de empregados da Caixa, funcionários do Banco do Brasil e dirigentes sindicais.
Também marcaram presença no Encontro e manifestaram seu apoio à luta pela isonomia nos bancos públicos o deputado federal, Pepe Vargas (PT/RS) e os deputados estaduais, Raul Carrion (PC do B) e Adão Villaverde (PT). Vargas preside a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara Federal, que recebeu na última quarta-feira, 14, o projeto de lei nº 6259/2005, que determina a isonomia para bancários dos bancos públicos federais e funcionários da Casa da Moeda.
Na abertura do Encontro, o vice-presidente da APCEF/RS, Marcos Todt, salientou que os gaúchos assumiram o compromisso de efetivar uma grande mobilização pela isonomia e o estão cumprindo à risca. "Estamos lutando com todo gás para recuperar estes direitos. Assumimos o desafio de fazer uma grande mobilização aqui no Rio Grande do Sul. No que depender de nós, nenhum colega ficará sem saber quais são os direitos suprimidos dos contratatos pós 1998. Faremos a nossa parte para dar o pontapé inicial para uma grande mobilização em todo o Brasil. Com certeza este encontro representa muito para o futuro".
O diretor do SindBancários, Tiago Pedroso, lembrou que a luta pela isonomia começou em 1988, quando os empregados começaram a ser contratados sem os mesmos direitos. "Esperamos que este encontro delibere e mais do que isso, mobilize. A semente está plantada, está germinando e com certeza dará bons frutos. Queremos aproveitar o período eleitoral para pressionar em todos os espaços possíveis e mostrar que do Estado não pode partir esta desigualdade".
O presidente do SindBancários, Juberlei Baes Bacelo, disse que lutar pela isonomia nas empresas públicas é muito mais do que lutar pela igualdade de direitos. Segundo ele, significa lutar por uma visão de sociedade e por um papel diferente banco público. "Diante deste processo eleitoral que estamos vivendo temos que ter consciência do nosso papel como trabalhadores. Temos que colocar as nossas propostas e isto tudo tem a ver com a isonomia. Novos rumos também estão em disputa. Lutar pela isonomia é lutar pela inversão do rumo que hoje temos no BB e na Caixa".
Juberlei ressaltou que hoje não há diferença entre as gestões do BB e o Bradesco porque a postura de mercado dos dois bancos é a mesma. "A maior preocupação do Banco do Brasil hoje é dar retorno aos seus acionistas. Na Caixa também temos uma forma de gestão totalmente antidemocrática, isto está comprovado pelo recente processo de reestruturação imposto pelo banco e pela implantação, igualmente arbitrária, do Plano de Funções Gratificadas".
O presidente do SindBancários também enfatizou que os trabalhadores precisam acreditar que podem ser protagonistas na luta pela definição dos rumos do país. "É preciso que o ano da isonomia saia do papel. Não adianta aprovarmos que seja assim nos congressos da categoria bancária se não formos para a rua, se não dialogarmos com a sociedade e mostramos a importância da isonomia. Por outro lado, queremos empresas mais comprometidas com o povo brasileiro e que no mínimo se transformem em empresas pelas quais as pessoas se orgulhem em trabalhar. Lutar por isonomia pra mim é lutar por uma visão de sociedade mais justa e igualitária", finalizou o sindicalista.
*Marisane Pereira – Mtb/RS9519
Depto. de Comunicação da Fetrafi-RS