Em reportagem publicada no sábado, dia 11, no jornal O Globo, o diretor de Relações de Trabalho da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), Magnus Apostólico, antecipou que "11% de aumento é inviável". Para ele, "essa proposta não tem viabilidade diante de uma inflação próxima de 4%. Temos que trazer esse número para realidade."
Ao dizer isso, o representante da Fenaban ignora o lucro de R$ 24,7 bilhões dos bancos no primeiro semestre do ano. Conforme a matéria, "os bancários, em campanha nacional que envolve mais de 400 mil trabalhadores, estão empenhados em conseguir 11% de reajuste salarial, além de outros benefícios, como a melhoria da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e valorização dos pisos, além de auxílioeducação e mudanças na política de relações de trabalho, para inibir o assédio moral e as doenças ocupacionais. Mas as conversas com o sindicato patronal pouco avançaram, apesar dos resultados recordes alcançados pelos bancos".
Para o movimento sindical, os bancos não estão levando a sério as reivindicações dos bancários. Se já há negativa quanto ao reajuste de 11%, a única resposta da Fenaban nos últimos encontros – que discutiram temas como melhorias no ambiente de trabalho, saúde, segurança, emprego e mais contratações – foi não. Saúde que é um dos principais itens da pauta: por mês, 1.200 bancários são afastados por doença; metade com LER/Dort e doenças psíquicas.
O jornal ouviu o representante da Fenaban sobre o combate ao assédio moral, uma das principais reivindicações dos bancários. Apostólico disse que há um trabalho que cria canais de comunicações seguros para denunciar o assédio e que há prazo para obter solução.
A notícia ocorreu às vésperas da quarta rodada de negociação da Campanha Nacional dos Bancários 2010, que acontece nesta quarta e quinta-feira, dias 15 e 16, em São Paulo, e que tratará sobre remuneração.