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TABAGISMO MATA 5 MILHÕES A CADA ANO

Cinco milhões de pessoas perdem a vida por doenças associadas ao tabagismo, a cada ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, são cerca de 200 mil óbitos. Se a referência parece assustadora o suficiente, a perspectiva de especialistas é ainda mais chocante. Conforme o chefe do Serviço de Pneumologia da Santa Casa de Porto Alegre, Luiz Carlos Corrêa da Silva, cerca de 60% das mortes humanas por agravamento de doenças têm relação com o tabagismo.

O especialista define quatro categorias de doenças às quais está atribuída a influência maléfica contra a saúde: cânceres, derrames cerebrais, doenças cardiovasculares e doenças pulmonares obstrutivas crônicas – bronquite associada ao enfisema. A boa notícia, diante desse quadro trágico, é a constatação da redução gradativa no número de fumantes. "Quem ainda está na contramão dessa evolução comportamental são os jovens", apontou o pneumologista, que é coordenador do Programa de Controle do Tabagismo na Santa Casa.
O médico acredita que há forte contribuição das restrições impostas em ambientes de trabalho e de convívio social ao movimento de diminuição do fumo. "Na Santa Casa não é permitido fumar. O profissional precisa sair do hospital se quiser fazê-lo. A empresa, a família e a sociedade de uma forma geral desaprovam o consumo do tabaco." Ele contou que, desde que tal restrição foi imposta, cerca de cem funcionários do hospital e familiares buscaram tratamento para largar o cigarro.

Na soma com os pacientes que ingressam no programa, a Santa Casa auxilia 200 homens e mulheres por ano. O perfil da pessoa que procura o serviço, segundo ele, é de quem deseja melhorar a condição de saúde e qualidade de vida. "Geralmente são adultos, com mais de 30 anos e vida bem estruturada pessoal e profissionalmente", descreveu.

O pneumologista disse que, antes de iniciar o tratamento, o paciente passa por entrevista, avaliação clínica e psicológica para dimensionar a intensidade da dependência e também descobrir se há alguma doença desenvolvida pelo hábito de fumar.

No início, o paciente deve tomar consciência sobre sua condição de dependência química. Corrêa da Silva recomenda que compre menos cigarro, retire cinzeiros de casa e evite o cafezinho. O grupo faz tratamentos com reposição de nicotina, por pastilhas e adesivos ou medicamento para controle da abstinência. Conforme o médico, a decisão de parar de fumar não deve estar condicionada ao surgimento de uma enfermidade. "Parar de fumar é bom a qualquer momento da vida", aconselhou.

Fonte: Correio do Povo

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