O programa Bom dia Brasil, da TV Globo, exibiu reportagem nesta quarta-feira, 27 de abril, destacando os descontos não autorizados nas contas bancárias. O item lidera o ranking de reclamações dos clientes no Procon há um ano.
Os descontos não autorizados nas contas bancárias estão se tornando campeões de reclamação no Procon. Tem de ficar de olho no extrato. É um problema que parece ainda longe de uma solução. Não para de crescer o número de pessoas que reclamam de débitos ou cobranças indevidas nas contas bancárias. Só nos primeiros meses desse ano, houve o dobro de queixas no Banco Central em relação ao mesmo período do ano passado.
A militar Érica Leal já não dorme mais sem conferir o extrato bancário. O hábito foi adquirido depois do susto de ver o saldo zerado na conta-salário. O banco descontou o dinheiro de uma dívida que ela nem sabia que tinha.
"Eu fiquei nove dias sem dinheiro nenhum. Graças a Deus, eu tinha o auxílio da minha mãe e do pai do meu filho. Se não fosse isso, ia ficar nove dias sem qualquer dinheiro", conta a militar.
Havendo dívida ou não, sacar o dinheiro do correntista sem aviso é cobrança indevida. O número de queixas por descontos não autorizados no Banco Central dobrou no último ano. Outra prática ilegal campeã de reclamações é a cobrança de tarifa sem o conhecimento do correntista. São pequenos valores por serviços não contratados.
Os especialistas recomendam acompanhar de perto cada lançamento da conta corrente. Mas quantos fazem isso? Poucos, afirma o diretor da Associação Brasileira do Consumidor (ABC), Marcelo Segredo.
"O banco pratica o famoso SPP – Se pegar, pegou. Ele lança o débito. Se o consumidor não perceber, é lucro para o banco. Se o consumidor perceber e reclamar, ele vai lá e devolve o dinheiro para o consumidor", explica Marcelo Segredo.
"Minha conta corrente no momento está zerada, eu fiz um DOC para a conta da minha mãe e fico utilizando o cartão dela para fazer as minhas transações financeiras. Tenho medo. Assim que eu tiver oportunidade, eu vou trocar de banco", garante a militar Érica Leal.
Em nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirma que a expressão "cobrança indevida" pode agregar várias situações, como, por exemplo, degustações de assinatura de revistas e jornais. Ainda de acordo com a nota, os descontos também podem se referir a autorização de débitos automáticos que o cliente, depois de cancelar um contrato, se esquece de suspender no banco.
Qualquer que seja a dúvida, a pessoa deve ligar para o serviço de atendimento ao consumidor do seu banco. Segundo a Febraban, uma resposta deve ser dada ao cliente em até cinco dias
Fonte: Bom Dia Brasil