Isso porque os bancos relutam em utilizar o dispositivo que colore o dinheiro. realizados por bandidos este ano, nenhuma cédula apareceu manchada.
A tática de usar tinta para manchar as cédulas roubadas em explosões de caixas eletrônicos está caindo em desuso.Em São Paulo é cada vez menor o número de notas coloridas de rosa que surgem após arrombamentos.
Isso porque os bancos relutam em utilizar o dispositivo que colore o dinheiro. No Rio Grande do Sul, nos 11 ataques explosivos realizados por bandidos este ano, nenhuma cédula apareceu manchada.
O diretor da Comissão de Segurança Bancária da Associação de Bancos do Estado, Jaci Meyer, garante que alguns bancos adotaram o dispositivo que mancha cédulas e outros, não. A pedido dos associados, ele prefere não revelar quais utilizam a medida.
Consultado por Zero Hora, um policial que reprime este tipo de crime diz que não é bem assim. Ele garante: as agências gaúchas não adotaram a tática de manchar o dinheiro roubado. O agente lamenta:
– Na hora em que os bancos usarem esse método, os bandidos vão desistir. Dá muito trabalho limpar, eles não vão correr o risco, vão largar de mão as agências.
Os bancos teriam hesitado em usar a tinta nas cédulas a partir de dois fatos.
O primeiro é que o Banco Central, após sofrer pressão de organismos de defesa do consumidor, decidiu que as agências devem trocar notas manchadas apresentadas pelos clientes – desde que o cliente preencha um formulário explicando onde obteve a cédula (não valem as obtidas pós-explosões).
– A determinação fez surgir nos banqueiros o temor de que seus caixas tenham de indenizar avalanches de clientes, sem direito aos próprios bancos de serem indenizados – pondera o gaúcho Ademir Wiederkehr, diretor de comunicação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf).
O cálculo é que 75 mil notas manchadas estão em circulação no país e o Banco Central não as aceita, sendo que o prejuízo é arcado pelos próprios bancos ou seguradoras.
A outra razão seria mais curiosa: os ladrões descobriram uma forma de limpar cédulas manchadas pelos bancos. Usam produtos químicos. Wiederkehr acredita que os bancos terão de descobrir novas maneiras de evitar furtos e roubos.
Sugere investir em vidros blindados, portas giratórias e, especialmente, mais câmeras de segurança.
(Fonte: Zero Hora)