Negociações com a Fenaban serão retomadas no dia 02 de setembro
No ritmo de uma bateria de escola de samba e do refrão "campanha salarial/ a luta é necessária/ aumento real/ para os bancários e bancárias”, iniciou a fase de maior mobilização e visibilidade da Campanha Salarial dos Bancários 2015. Após a concentração na Praça da Alfândega, entre a sede do Banrisul e da Caixa Econômica Federal, dirigentes do SindBancários, da Fetrafi-RS, de sindicatos do Interior e bancários de base fizeram uma caminhada pelas ruas centrais até a parada final na Esquina Democrática, no Centro de Porto Alegre.
Marcha pelo Centro
Após a concentração na Praça da Alfândega, o Passeatão dos Bancários 2015 percorreu a Rua Caldas Jr., convocando os trabalhadores do Banrisul, em final de expediente, para se juntarem à marcha. Avançou pela Avenida Siqueira Campos, com o cantor Rosa Franco, sobre o caminhão de som, dando ritmo à caminhada. A marcha entrou na Rua General Câmara, foi pela Sete de Setembro e subiu a Borges de Medeiros até a Esquina Democrática.
Sobre o carro de som, o ex-presidente e atual diretor da Contraf-CUT, Mauro Salles indagava: "Alguma vez nós conquistamos alguma coisa sem luta e mobilização?”. Ele frisou que os trabalhadores precisam enfrentar toda a força do conservadorismo, representado por uma elite que inclui os banqueiros e a imprensa tradicional.
Com o apoio dos manifestantes, outros diretores do Sindicato e da Fetrafi-RS também convocaram mais bancários a participarem da marcha. "Venham para a passeata, pela valorização do trabalho, do emprego e da saúde dos bancários”, disse a diretora Denise Falkenberg Corrêa. Conforme o diretor do SindBancários,Jailson Bueno Prodes, nos últimos 12meses cerca de 5 mil bancários perderam os empregos. "São agiotas da nação”, afirmou. "E a nossa luta é por dignidade”.
Banrisul e Caixa
Uma das bandeiras levantadas pela marcha – e que integra a Campanha 2015 – foi a da realização do concurso público no Banrisul para qualificação do atendimento. O combate ao assédio moral, às metas abusivas, a necessidade de reposição dos cinco mil postos de trabalho vagos na Caixa Econômica Federal, melhores condições de trabalho, além do reajuste salarial de 16% estão entre as principais reivindicações dos bancários.
Solidariedade com servidores públicos
No Rio Grande do Sul, garantiu Gimenis, a luta dos bancários é solidária com as demandas dos servidores públicos estaduais, professores, policiais militares e civis, trabalhadores da saúde e outros. "Todos perdemos com a política de arrocho do governo Sartori. Ele também ataca o patrimônio público, quer vender o Banrisul, o Badesul, a Corsan, CEEE, além de prometer o fechamento de outros órgãos importantes para o povo gaúcho”, afirmou. "Mas unidos com as outras categorias, vamos resistir. Como diz o nosso slogan: nós queremos futuro! Vamos lutar por isso”, garantiu.
O diretor do SindBancários e da CUT-RS, Ademir Wiederkehrreforçou: "Temos hoje uma grande articulação conservadora no Estado e no País. Um dos diretores da Fiergs já chegou a propor a venda do Banrisul para o Banco do Brasil. Neste momento, a união de todos em defesa do nosso patrimônio é fundamental”, disse.
Principais reivindicações dos bancários na Campanha Salarial deste ano:
> Reajuste salarial de 16% (reposição da inflação mais 5,7% de aumento real)
> PLR: 3 salários mais R$7.246,82
> Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
> Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
> Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
> Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.
> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
> Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
> Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
*Imprensa/SindBancários com edição da Fetrafi-RS