Movimento cresceu em todo o País, após impasse nas negociações com a Fenaban
Após 25 dias de greve a Campanha Salarial dos Bancários ainda continua sem resultados efetivos nas negociações. Já ocorreram nove rodadas de negociação com a Fenaban e intransigência dos bancos continua a marcar cada reunião. Na última quarta-feira, os bancos apresentaram ao Comando Nacional uma proposta de acordo válida para dois anos com reajuste de 7% para 2016 e abono de R$ 3.500. Para 2017 o aumento seria de 0,5% acima da inflação. A proposta foi rejeitada na mesa de negociação pelo Comando porque o reajuste ficou abaixo da inflação e não houve qualquer avanço quanto às reivindicações relacionadas aos temas emprego, saúde e condições de trabalho, que também são prioritários para os bancários.
Além das rodadas infrutíferas com a Fenaban, as direções da Caixa e do Banco do Brasil ainda não chamaram o movimento sindical para discutir as pautas específicas destes bancos, gerando indignação entre os grevistas dos dois segmentos. Já o Banrisul, chamou apenas uma reunião de negociação, realizada na Fetrafi-RS no dia 2 de setembro, sem apresentar qualquer proposta concreta além de dizer que irá seguir o que for acordado na mesa geral com a Fenaban.
Maior greve desde 2004
A Campanha Salarial deste ano registra o maior número de dias parados desde 2004, quando a categoria cruzou os braços por 28 dias até fechar o acordo com os banqueiros. Na próxima segunda-feira (3) sindicatos de todo o País promovem assembleias gerais da categoria para discutir os rumos da Campanha Salarial deste ano. O quadro de greve registrado pela Fetrafi-RS nesta sexta-feira mostra a manutenção da greve em todas as bases sindicais, com 727 unidades paradas no interior e 305 na Capital, totalizando 1.032. O Banrisul está à frente no ranking de paralisações com 228, seguido pela Caixa com 190 e Banco do Brasil com 119. Já entre os privados os maiores números se concentram entre Santander (58) e Itaú (57). Clique aqui para ver o quadro completo de greve no RS!
Avaliação
"Estamos vendo um grande movimento de resistência e enfrentamento diante da intransigência e ganância dos bancos. O setor contabiliza lucros extraordinários a cada semestre, mas ignora as reivindicações daqueles que constituem através do trabalho, as grandes cifras acumuladas pelas instituições. Não há crise para os bancos no Brasil. Quem sofre os efeitos da crise é a população que paga juros e tarifas indecentes diante do patamar definido na maioria dos países. Os banqueiros lucram em cima da exploração dos clientes e do trabalho de cada bancário, que muitas vezes sacrifica sua saúde física e mental para atingir as metas absurdas estipuladas pelas instituições financeiras. A nossa Campanha Salarial busca um reajuste digno e melhores condições de trabalho, mas também visa conscientizar a população brasileira que é urgente cobrar a responsabilidade social dos bancos e criar meios para uma nova regulamentação do setor”, afirma o diretor da Fetrafi-RS e membro do Comando Nacional dos Bancários, Juberlei Baes Bacelo.
*Comunicação/Fetrafi-RS