Representantes da centrais estiveram com o parlamentar na segunda-feira
Dois dias depois, no entanto, Lasier apresentou cinco emendas para retirar pontos previstos no projeto da reforma Trabalhista e assim votar a favor do projeto.
Em um vídeo postado em sua página no Facebook nesta quarta-feira (21), o senador diz que "o projeto tem algumas coisas boas, mas outras que são ruins para o trabalhador. Se por um lado incentiva a criação de novos empregos, por outro lado pode deixar mal muitos trabalhadores”.
A primeira emenda se trata do trabalho intermitente, com a justificativa de que essa nova modalidade é a distorção mais grave da reforma. "Desequilibra a jornada de trabalho, com reflexos no sistema previdenciário”. A segunda suprime a prevalência do chamado negociado sobre o legislado, "É evidente que o patrão será mais forte que o trabalhador sem emprego”.
Lasier propõe também, em vez do fim do imposto sindical, uma redução gradual da contribuição, em três anos, dos atuais 100% para 35% de um dia de trabalho. Em relação ao trabalho da gestante em locais insalubres, o senador considera o item inaceitável.
Por fim, uma quinta emenda impede a redução da intrajornada para o mínimo de 30 minutos. "Os trabalhadores que prestam serviços pesados não podem ter tempo tão reduzido para as refeições”, justifica.
Ao final do vídeo, ele conclui: "Estou apresentando essas cinco emendas na esperança de que sejam aceitas. Se não forem aceitas, vou ter que refletir quanto ao meu voto”.
"Esperamos que Lasier mantenha a palavra empenhada com as centrais sindicais e agora vote contra a reforma Trabalhista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e depois no plenário do Senado”, ressalta o secretário de Relações de Trabalho da CUT-RS, Antônio Güntzel, que participou da reunião com o senador. A votação na CCJ está agendada para a próxima quarta-feira (28).
Não esqueceremos
O objetivo das centrais é conseguir que toda a bancada gaúcha no Senado se posicione contra essas propostas de Temer.
O senador Paulo Paim (PT-RS), além de defender a aposentadoria em todo o país e obter a instalação da CPI da Previdência, está também na linha de frente contra a reforma Trabalhista. Ele apresentou votos em separado contra o relatório favorável do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) nas comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Assuntos Sociais (CAS).
Paim liderou a rejeição do relatório na CAS por 10 votos a 9. Lamentável foi a posição da senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS), que votou a favor da reforma Trabalhista. "Em nenhum momento da campanha eleitoral, ela disse que apoiaria propostas que fossem retirar direitos dos trabalhadores. Como pode agora votar a favor de uma reforma que só interessa à turma do pato amarelo da Fiesp e outras federações empresariais, mas acaba com direitos garantidos na CLT, enfraquece os sindicatos e limita a atuação da Justiça do Trabalho?”, questiona Antônio.
"Já começamos a denunciar o voto favorável da Ana Amélia à reforma trabalhista nas redes sociais e nas suas principais bases eleitorais do Estado, a exemplo do que estamos fazendo com os deputados que apoiaram essa proposta nociva aos trabalhadores na Câmara”, destaca.
Para Antônio, "o momento é oportuno, na medida em que ela foi anunciada como candidata do PP à reeleição ao Senado. Não esqueceremos. Os trabalhadores não podem eleger quem ignora os direitos do povo e defende os interesses do agronegócio e do empresariado”.