
Movimento sindical insiste desde o ano passado em mesas de negociação e consegue fazer o banco espanhol reduzir atendimentos, fechar agências e adiantar 13º salário para prevenir Covid-19
Não foi fácil convencer o Santander de que a vida dos nossos colegas vale muito mais do que o lucro que os banqueiros espanhóis tanto gostam de levar do Brasil. Ainda que tarde, o Santander resolveu acolher as demandas do Comando Nacional dos Bancári@s e da Comissão de Organização dos Empregados e anunciou, na quarta-feira, 24/3, medidas para proteger a vida de trabalhadores e clientes.
O diretor de Saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles, ex-presidente do SindBancários, referiu a insistência do movimento sindical para que o Santander definisse as medidas que estavam sendo cobradas desde o final do ano passado. “O momento exige e ações rápidas e urgentes, pois estamos tratando da vida das pessoas. Antes tarde do que nunca, mas ainda precisamos avançar. O banco tem que dar tranquilidade e condições para os colegas enfrentar esse momento dramático de medo e incerteza”, apontou Mauro, que é funcionário do Santander.
Veja os pontos do comunicado do banco
> As equipes nos edifícios centrais serão ainda mais reduzidas. “Cada vice-presidente irá indicar quais equipes irão trabalhar de forma presencial ou remotamente ou aquelas que estarão em feriado nas cidades que anteciparam. Esses dias serão compensados com o banco de horas existente em cada vice-presidência em até 6 meses. Cada colaborador deve gerenciar seu banco de horas juntamente com seu/sua gestor (a).”
> Rede de agências: segundo o banco, será fechado lojas nas próximas duas semanas, e o horário de atendimento ao público será reduzido para até 14h. A equipe de varejo informará quais lojas estarão temporariamente fechadas, e as equipes dessas lojas poderão ser direcionadas para ajudar no atendimento aos clientes de forma remota.
> Atendimento: o Santander diz que orientará os clientes, enviando comunicação específica, para que privilegiem o uso dos canais digitais.
> Banco informou que antecipará 100% do 13º salário a todos, com pagamento já no próximo dia 30 de abril.
> Banco reforçou a disponibilidade do PAPE (atendimento psicológico durante a pandemia) 24 horas por dia, 7 dias na semana.
> O banco também garantiu ao Sindicato que o atendimento ao público nas agências será apenas para serviços essenciais, como pagamento de benefícios e desbloqueio de cartões. Para isto será mantido um contingente mínimo de funcionários que pode variar entre 15% e 40% do quadro, a depender da localidade e do fluxo de pagamentos. Informou ainda que os departamentos também terão redução do quadro no presencial.
> Outra reivindicação é a oferta de vacinas contra a gripe aos trabalhadores. “Já solicitamos que o banco divulgue o calendário o quanto antes e o mesmo nos garantiu que até abril será divulgado”, informa a dirigente.
Consideramos um avanço, mas temos discordância na compensação das horas trabalhadas nos feriados. Os acordos coletivos de trabalho vigentes garantem que as horas trabalhadas em feriados sejam pagas. Medidas cabíveis em relação a isto serão avaliadas e implementadas para preservar os direitos dos colegas bancários.
Apesar das ações anunciadas serem importantes, o Sindicato continuará cobrando outras medidas reivindicadas que não foram atendidas pelo banco, mas que são fundamentais para a categoria neste momento de pandemia, como a suspensão das demissões e a redução das metas. Também reafirmamos que vamos continuar fiscalizando a aplicação efetiva de todas as medidas protetivas.
O diretor do SindBancários e funcionário do Santander, Luiz Cassemiro, disse que o Sindicato continuará atento e pediu que os colegas façam suas denúncias para que os diretores possam atuar, uma vez que a política do Santander tem sido muito precária quanto à defesa da vida dos(as) bancários(as) e dos clientes no Brasil.
“Não é possível que além do medo da contaminação e suas consequências, tenhamos que viver tensos pelo medo de demissão, da pressão por metas absurdas neste momento em que as condições são de uma emergência sanitária e social. Isso tem elevado o número do adoecimento, não só pela Covid-19, mas também o adoecimento psíquico”, acrescentou Cassemiro.
Fonte: SEEB São Paulo, com edição de Imprensa SindBancários