Em reunião na AL, com deputados e federações empresariais, sindicalistas propuseram reajuste retroativo a 1° de fevereiro
Representantes dos trabalhadores defenderam reajuste do Piso Regional, retroativo a 1º de fevereiro deste ano, para repor a inflação de 2019 e 2020, num índice de 10,3%, em reunião realizada na Assembleia Legislativa/RS, com a presença dos sindicalistas, deputados e lideranças empresariais. O encontro, na tarde da quarta-feira, 20/10, foi inédito, pois além dos deputados e trabalhadores, contou com a presença de representantes da Fiergs, Fecomércio e Farsul.
O encontro ocorreu após iniciativa das centrais sindicais, que em 5 de agosto se reuniram com o presidente da Casa para solicitar uma interlocução com o governo Eduardo Leite (PSDB) e os empresários para construir uma saída para a valorização do mínimo regional, que é pago para cerca de 1,5 milhão de gaúchos e gaúchas.
Quase três anos de congelamento
Os dirigentes sindicais lembraram que o chamado piso regional está congelado desde 1º de fevereiro de 2019, o que significa dois anos e oito meses. No ano passado, o governador enviou um projeto de lei aos deputados com reajuste de 4,5%, que correspondia ao INPC de 2019, mas a sua base aliada votou reajuste zero e ele sancionou.
Neste ano, o governo encaminhou um projeto em 15 de julho com elevação de apenas 2,73%, o equivalente a 50% do INPC de 2020, considerado inaceitável. O secretário de Administração e Finanças da CUT-RS, Antônio Güntzel, ampliou o debatge: “o mínimo regional, além de distribuir renda, ajuda a aquecer a economia gaúcha, pois o que trabalhador recebe vai direto para o consumo aqui, estimulando o comércio e a indústria locais”.
Empresários ignoram realidade
Os representantes das federações empresariais se limitaram a repetir posições atrasadas, ignorando a realidade da classe trabalhadora e a importância do emprego e da renda para o desenvolvimento social e econômico do Estado. O dirigente da Fecomércio, que falou de forma remota, voltou a propor “a extinção do piso regional”.
O presidente Assembleia sugeriu uma nova análise do quadro após a entrega do parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sobre o projeto do governador, cujo relator é o deputado Mainardi, que também é o relator da subcomissão do piso regional, criada pela Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, com prazo de funcionamento de 120 dias.
Audiência pública nesta quinta
O reajuste do mínimo regional é tema da audiência pública híbrida que a Comissão de Economia, presidida pelo deputado Zé Nunes, promove nesta quinta-feira (21), no Teatro Dante Barone, com acesso liberado para 40% de sua capacidade.
O encontro foi proposto pelo deputado Mainardi, queapresentará o seu parecer com uma emenda, garantindo o reajuste de 10,3%. “A Constituição determina a correção da inflação no salário mínimo. Vale a mesma coisa para o salário mínimo regional. Para ser constitucional, o projeto precisa pelo menos garantir essa correção”.
Haverá transmissão ao vivo através.de uma cobertura em rede pelo Facebook nas páginas das centrais sindicais e da mídia independente a partir da TV Assembleia.
Manifestação
Antes da audiência pública, as centrais realizam uma manifestação em frente ao Palácio Piratini, cobrando o reajuste de 10,3% para o piso regional.
Fontes: CUT Regional e Assembleia Legislativa do RS
