Em nova reunião com a Caixa realizada nesta quarta-feira, 21, dirigentes e assessores jurídicos do SindBancários e Fetrafi-RS dialogaram com representantes da Corregedoria do banco sobre o andamento das denúncias de assédio moral apresentadas pela entidade. Em outubro, o Sindicato levou à Cored casos envolvendo cobranças excessivas e agressivas, uso de linguagem de baixo calão, intimidações, discursos homofóbicos e sexistas, além de outras condutas incompatíveis com a postura esperada de gestores.
O assessor jurídico da entidade, Antonio Vicente Martins, informou que o Sindicato realizou um processo de apuração interno e encaminhou o caso ao Ministério Público do Trabalho. A Caixa, por sua vez, reiterou o compromisso assumido na reunião anterior e afirmou que o rito apuratório está sendo seguido. De acordo com representação do banco, a Cored não pode informar os próximos passos por sigilo, mas está trabalhando em um Portal da Transparência onde em breve serão disponibilizados todos os dados que podem ser divulgados.
Para a diretora do SindBancários, Caroline Heidner, o comprometimento da Cored em dar retorno ao sindicato à medida que o processo avança é importante e está em linha com o que o movimento sindical espera para a Caixa a partir de janeiro: “que o sequestro das estruturas da Caixa pelos fascistas de plantão seja desfeito, que o clima organizacional não se paute mais pelo medo dos colegas e pelo abuso de uma parcela de maus gestores”. Segundo ela, não há mais espaço na Caixa para assediadores, “que se viam à imagem e semelhança na figura de Pedro Guimarães”.
A expectativa dos sindicalistas é de que todas as denúncias de condutas indevidas sejam rigorosamente apuradas, com amplo espaço de defesa aos denunciados. “Que onde houver comprovação, haja punição, tanto pelo reparo das condições de trabalho de unidades atingidas por assediadores, quanto pela função pedagógica de prevenir novos casos”, pontuou Caroline. O diretor financeiro do SindBancários, Tiago Vasconcellos, destacou que a diretoria do Sindicato acompanha os desdobramentos das denúncias, “sempre alerta para defender as bancárias e bancários da violência organizacional e combater o assédio nos ambientes de trabalho. Assédio não é ferramenta de gestão”, afirmou.
A diretora da Fetrafi-RS, Sabrina Muniz, reiterou que as entidades seguirão acompanhando o andamento do caso tanto junto à Caixa como junto ao Ministério Público do Trabalho. “Não podemos ficar tranquilos enquanto colegas são expostos a um clima de trabalho adoecedor. São muitos os colegas que precisam se afastar para tratar de sua saúde mental; isso mostra o quanto a Caixa precisa de medidas para melhorar o clima organizacional”, concluiu a dirigente.