Movimento cresce diante do silêncio e da falta de respeito dos bancos
A greve nacional dos bancários chega nesta terça-feira a 29 dias sem sinais de mudança do quadro. Em todo o país, 13.245 agências e 29 centros administrativos paralisaram suas atividades, número corresponde a 56% de adesão da categoria.
O Comando Nacional reunido na última quinta-feira (29) de setembro recusou a proposta de reajuste salarial rebaixada e mantida pelos bancos. Resolveu também chamar uma assembleia nacional para dizer aos bancários e bancárias em que pé estão as negociações e perguntar quais os rumos tomaremos. É evidente que a categoria está enfrentando uma greve política e resultante das recentes mudanças na conjuntura brasileira.
No Rio Grande do Sul a greve se mantém forte e a população tem enfrentado dificuldades para obter serviços bancários personalizados. Conforme levantamento da Fetrafi-RS, 1.042 agências fecharam nesta segunda-feira (3).
Na agenda desta terça, em Porto Alegre, às 10h o SindBancários fará concentração para ato de fortalecimento da greve frente ao Santander Cultural, no Centro Histórico, às 12h.
Fenaban não apresentou nova proposta
Até o momento a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não apresentou nova proposta salarial com aumento real de salário. Os representantes dos banqueiros ofereceram 7% de reajuste no piso e nas verbas salariais (auxílios e vales) e abono de R$ 3,5 mil.
O índice proposto pela Fenaban é 2,62% abaixo da inflação, que foi de 9,62%. Sugeriram ainda que o acordo seja fechado também para o próximo ano, quando garantem a reposição da inflação e 0,5% de aumento real.
Os bancários seguem com sua mobilização e pedem à Fenaban índice de 14,78% (inflação mais 5% de aumento real), PLR de três salários mais R$ 8.317,90 e piso de R$ 3.940,24.
Altos lucros Os lucros dos bancos permanecem nas alturas, enquanto muitos setores registram perdas. Isto vem revoltando os grevistas. Os cinco maiores bancos brasileiros (Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) apresentaram, no primeiro semestre de 2016, o lucro líquido de R$ 29,7 bilhões. A população também sente no bolso a ganância dos banqueiros. Pesquisa divulgada nesta quarta-feira (28) pelo Banco Central, revela que a taxa de juros do cheque especial bateu novo recorde de julho para agosto, e chegou a 321,1% ao ano. Os juros do cartão de crédito não param de subir. Em agosto, na comparação com o mês anterior, houve alta de 3,5 pontos percentuais, com a taxa em 475,2% ao ano. Neste ano, essa taxa já subiu 43,8 pontos percentuais. Clique aqui para ver a galeria de fotos das assembleias realizadas em várias regiõs do país, nesta segunda-feira (3). |
*Fetrafi-RS com informações da Contraf/CUT