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Aumentos desenfreados nas mensalidades castigam orçamento familiar nos planos de saúde da Cabergs

Reajustes para banrisulenses já chegam a 498,78% em sete anos

Alerta vermelho na Cabergs: um estudo encomendado ao Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) pelo SindBancários demonstra que os reajustes dos planos de saúde ao longo do período de 2016 a 2024 estão em elevação superior à inflação e à correção salarial da categoria bancária. Um fator que chama a atenção e espanta os olhos e o bolso de quem paga foi o reajuste no Pames, um dos planos da Cabergs que trabalha com uma lógica de contribuição mínima mensal. Este sofreu o exorbitante aumento de 498,78% entre 2016 e 2024.

O Banrisul é o maior patrocinador dos planos de saúde oferecidos pela Cabergs aos empregados do banco e extensivo aos seus dependentes. Planos médico-hospitalares, consultas, exames laboratoriais, assistência psicológica e psiquiátrica, e planos odontológicos fazem parte da rede de assistência de saúde da operadora de autogestão. Vale lembrar que a criação da Cabergs é de iniciativa do banco. O Banrisul, em seus editais de seleção pública, oferece como vantagem atrativa a cobertura de planos médico e odontológico.

“Não se trata de um plano de mercado. E da forma como vêm subindo o valor, torna-se inviável tanto para os novos bancários que estão ingressando no Banrisul, quanto para os que já estão nos planos. Muitos já começaram a sair”, alerta o diretor de Comunicação do SindBancários e funcionário do Banrisul, Gilnei Nunes.

“Os planos da Cabergs estão se tornando elitizados e têm doído no bolso dos beneficiários. Sabe-se da dificuldade em fazer as contas fecharem a cada novo mês em planos como os da Cabergs, mas o Banrisul tem que assumir mais a conta com a saúde dos seus empregados. O SindBancários tem a convicção de que o trabalhador já é o elo sempre mais fraco nessa composição de pagamento”.

A instituição justifica essa realidade devido ao “aumento da expectativa de vida, acréscimo dos custos com a prevenção e tratamentos de doenças”, porém, também chama atenção a elevação patrimonial da empresa.

Segundo Alisson Droppa, técnico do Dieese, os balanços patrimoniais da instituição nos anos entre 2018 a 2022, mesmo levando em consideração as aplicações regulamentadas pela ANS, apresentam um crescimento de mais 56%, passando de R$456.910.017,84 para R$716.535.094,20, acima da inflação do período que foi de 37,32%. “Portanto concluímos que falta um equilíbrio entre os reajustes praticados pela empresa, o aumento dos custos operacionais e a manutenção do patrimônio, o que pode acabar impactando na exclusão de usuários que não conseguem arcar com o constante descompasso entre os reajustes nos planos de saúde, a inflação e as correções salariais ao longo do tempo”, explica Droppa.

Nos últimos sete anos, as mensalidades, mais as TPDs (taxa de participação para uso dos produtos oferecidos pela Cabergs em seus planos) têm onerado muito o bolso dos beneficiários/empregados. Segundo levantamento do Dieese, o INPC entre 2016 e 2023 acumulou alta de 53,64%. Enquanto isso, os reajustes praticados pela Cabergs nos seus planos de saúde, como o Pameg, Pamo e Panfa, chegaram a 91,56%, quase o dobro do INPC deste período, um índice muito alto se comparado ao reajuste salarial dos banrisulenses.

Para Gilnei Nunes, não faz sentido transferir os custos da Cabergs aos seus segurados, enquanto o fundo do plano é superavitário. “A Gestão tem que buscar o equilíbrio entre dar reajustes mais à altura da capacidade econômica da população usuária de conseguir se manter na Cabergs , nem que para isso passe a absorver um percentual das despesas, via retirada do excedente econômico que o fundo apresenta na sua performance de rentabilidade no mercado financeiro”, conclui.

Observação: a data base da categoria é 1º de setembro de 2024. Fonte: Cabergs. Elaboração: Dieese

Eleição já

Nos últimos sete anos, desde o governo Sartori, a Cabergs sofre intervenção negativa. As duas gestões governamentais trabalharam fortemente para a privatização do Banrisul e suas empresas subsidiárias. Não se sabe se por orientação superior ou não, a gestão da Cabergs tem onerado os beneficiários dos planos médicos/odontológicos. A direção da Cabergs deve ao movimento sindical o estudo de viabilidade para a eleição do(a) diretor(a) representante, conforme o acordo salarial específico com o Banrisul de 2022, previsto para seis meses, a contar de 1º de setembro daquele ano. Isso demonstra o descaso da gestão da Cabergs com o que foi acordado em mesa de negociação. O movimento sindical cobra respostas sobre todos os fatos relatados acima e exige que o acordo de 2022 seja cumprido.

Imprensa SindBancários

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