Protestos se dirigem a práticas antissindicais do banco
Trabalhadores(as) do Santander em todo o mundo paralisaram suas atividades nesta quinta-feira, 23 de maio. Foi o Dia Internacional de Luta contra as Práticas Antissindicais do Santander, definida em reunião das Redes Sindicais dos Bancos Internacionais.
Agências de todo o Rio Grande do Sul ficaram sem atividade durante o período da manhã. Para o diretor de comunicação da Fetrafi-RS, Juberlei Bacelo, a solidariedade internacional confere relevância forte ao movimento: "O Santander e todos os demais bancos poderão ver que os bancários estão unidos para garantir seus direitos em toda parte do globo", afirma.
No Brasil, as práticas antissindicais contra as quais o movimento protesta referem-se às ações que o banco ajuizou, no estado de São Paulo, contra a Contraf-CUT, a Fetec-CUT/SP, a Afubesp e sindicatos. Essas ações buscam indenizações por danos morais por conta das manifestações dos bancários(as) contras as demissões e a falta de funcionários nas agências. Nos Estados Unidos, outro foco de protestos, o Santander tem reprimido a organização sindical dos seus funcionários.
O Santander continua dispensando trabalhadores em 2013, mesmo depois do processo de demissões em massa em dezembro do ano passado, quando o banco espanhol demitiu sem justa causa 1.153 funcionários e cortou 975 empregos. Nos primeiros quatro meses deste ano, conforme levantamento feito pela Contraf-CUT junto aos sindicatos, o banco espanhol dispensou 878 funcionários, principalmente coordenadores. Esse número, embora parcial, supera o total de 765 desligados nos primeiros quatro meses de 2012, conforme dados do Caged do Ministério do Trabalho e Emprego.
Na Espanha, que passa por grave crise financeira e onde o banco obtém hoje 11% do lucro global, a situação é bem diferente para os bancários do Santander. No último dia 7, durante a 7ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais dos Bancos Internacionais, ocorrida em Assunção, o secretário de relações internacionais da Comfia-Comisiones Obreras, Francisco Garcia Utrilla (Pepe), disse que lá quase não há demissões no Santander e que um acordo assinado com os sindicatos espanhóis garante que não haverá medidas traumáticas nas relações de trabalho.
*Fetrafi-RS