Na esteira da redução do custo do crédito para pessoa física em abril, o Banco do Brasil anunciou nesta segunda-feira a ampliação do crédito para micro e pequenas empresas em R$ 11,6 bilhões –a linha estará disponível a partir de amanhã. A informação foi antecipada pelo colunista da Folha Online Kennedy Alencar
Simultaneamente, o banco reduz taxas para operações com recebíveis (desconto de cheques e duplicatas) e capital de giro. Segundo Ricardo Flores, vice-presidente de Crédito do banco, "tem repasse [do corte] da taxa Selic e algo mais" –a taxa básica de juros caiu para 9,25% ao ano na semana passada.
Serão beneficiadas 303 mil empresas clientes do banco, que correspondem a cerca de 45% de micro e pequenas que compõem a carteira daquelas habilitadas a tomar crédito, com bom histórico de relacionamento.
As micro e pequenas empresas são aquelas com faturamento anual de até R$ 15 milhões por ano.
"Estamos extraindo valor das nossas bases de dados para nossos clientes e acionistas. Temos um grupo dedicado à gestão das bases buscando oportunidades para consolidar o BB como banco das micro e pequenas empresas", afirmou Ivan Monteiro, vice-presidente de Finanças do banco, em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira.
"O auge da crise já passou. É um momento de capturar aquele cliente q não foi atendido pelo seu banco tradicional", afirma Monteiro, que prevê um efeito, da medida, "extremamente positivo sobre a economia", já que o setor é responsável por cerca de 60% dos empregos formais no país e 22% do PIB (Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas produzidas no país).
A redução média nas taxas das seis linhas de operações contempladas pelo pacote foi em torno de 4%, de acordo com a diretoria do BB. "A intenção do banco é se antecipar aos concorrentes", afirma Ricardo Flores.
Novas taxas
Nesta segunda-feira também entraram em vigor as novas taxas de juros para pessoas físicas, que tiveram redução após o anúncio da nova Selic.
Entre as taxas que foram reduzidas, estão as do crédito veículos (1,19% a 2,40%), do material de construção (1,66% a 2,85%) e do crédito benefício (1,55% a 2,95%). Também foram reduzidas as taxas do BB crediário, crédito salário, crédito automático, cheque Especial e cartão de crédito.
MARCELA CAMPOS
Colaboração para a Folha Online, em Brasília