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BANCOS CONSEGUEM ALIVIAR O EFEITO DOS COMPULSÓRIOS

Itaú Unibanco, Bradesco e Santander, os três principais bancos privados do país, conseguiram diminuir praticamente à metade a restrição de liquidez imposta pelo Banco Central no fim de 2010 com o aumento das alíquotas de recolhimento compulsório sobre o dinheiro depositado pelos clientes nas instituições financeiras. O caminho foi aumentar o peso dos Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) no total dos depósitos, ao mesmo tempo em que as aplicações na poupança e o dinheiro da conta corrente perderam espaço. Mesmo com compulsório maior desde o fim de 2010, o CDB segue como o instrumento que dá maior liberdade de aplicação aos bancos.

Na época em que fez o aperto monetário, o BC conseguiu reduzir de 47,9% para 42,1% dos depósitos totais – conta corrente, poupança e CDB – os recursos que os bancos podiam usar livremente para empréstimos. Em termos financeiros, a restrição foi de quase R$ 30 bilhões, de captações que somavam R$ 507 bilhões. O dinheiro livre é aquele que não fica depositado compulsoriamente no BC e que não precisa ser aplicado de forma obrigatória em empréstimos imobiliários ou crédito rural.

No fim de 2011, sem que as alíquotas do compulsório tivessem sido alteradas, o percentual de recursos livres subiu a 44,6% do total captado. Ou seja, o impacto de restrição de liquidez recuou de 5,8 pontos sobre os depósitos para 3,3 pontos – um perda de 43% do efeito inicial. Nesse período, a fatia dos CDBs passou de 57% para 61% do total de depósitos.

O Santander, por exemplo, direcionou para CDBs, no fim de 2011, recursos que ficavam em contas poupança vinculadas às contas correntes dos clientes. Na ocasião, o Santander informou que o motivo para isso foi reduzir a volatilidade na exigência de crédito imobiliário. Com isso, elevou de 45,5% para 49,6% a fatia dos depósitos totais que pode usar sem amarras. "Hoje os bancos conseguem direcionar mesmo seus recursos. É só estimular os gerentes com comissões ou pontos mais altos que eles são capazes de alocar mais dinheiro na poupança ou no CDB", diz um executivo da área financeira de um banco de grande porte.

Valor Online

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