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BANCOS DESCONSIDERAM SEGURANÇA E MANDAM TIRAR PORTAS-GIRATÓRIAS DAS AGÊNCIAS

Instituições ampliarão risco de ataques para gastar menos com processos

O descaso dos bancos em relação à segurança de clientes e funcionários ficou mais uma vez em evidência. Segundo matéria veiculada pelo Jornal Folha de São Paulo nesta quinta-feira, Itaú e Bradesco iniciaram o processo de retirada das portas com detectores de metal das agências. De acordo com o Jornal, a medida visa diminuir os custos com os processos sofridos pelos bancos, devido a problemas no funcionamento do equipamento de segurança.

O Itaú confirmou a mudança e disse à reportagem da Folha, que irá retirar as portas giratórias em toda a sua rede de agências. O Bradesco negou oficialmente que esteja adotando a medida, mas casos de retirada do equipamento foram registrados pela reportagem.
Na avaliação do diretor da Fetrafi-RS e membro da Comissão de Segurança Bancária, Lúcio Paz, a atitude dos bancos é irresponsável e mesquinha. "Sabemos que o custo com as ações deve ser ínfimo em relação à importância da porta giratória para a segurança das agências e postos bancários. Temos feito um amplo movimento no Rio Grande do Sul pela aprovação e leis municipais, que obriguem a colocação do dispositivo em todas as unidades e já garantimos essa legislação em vários municípios", explica o sindicalista.

O dirigente sindical também observa que o número de ataques envolvendo instituições bancárias constitui uma das principais preocupações da categoria. "Tentamos de todas as formas possíveis garantir que os bancos assumam sua responsabilidade quanto à segurança de clientes, usuários e funcionários. Se os números já são elevados com os atuais dispositivos de segurança, imagine após a retirada da porta, que é um dos principais recursos para evitar ataques", argumenta Lúcio Paz.

Mortes

Uma pesquisa nacional mostrou que 49 pessoas foram assassinadas em assaltos envolvendo bancos em 2011, uma média de 4 vítimas fatais por mês, o que representa um aumento de 113,04% em relação a 2010, quando foram registradas 23 mortes. O levantamento foi realizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), com base em notícias da imprensa e apoio técnico do Dieese.

Abordagem equivocada

Segundo o sindicalista, as ações por dano moral refletem que a abordagem dos clientes está sendo feita de maneira equivocada. "As ações ocorrem devido a constrangimentos causados na entrada das agências. O equipamento é importante e funciona, mas os bancos precisam investir na manutenção das portas e no treinamento de pessoal para garantir que essa abordagem seja diferente. O dispositivo existe para garantir segurança. A sua utilização é que deve ocorrer da forma correta", afirma Lúcio Paz.

*Fetrafi-RS

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