No primeiro dia de greve dos bancários, as pessoas que foram às principais agências de Porto Alegre só tiveram acesso às áreas de autoatendimento. A agência central do Banco do Brasil – localizada ao lado da prefeitura -, contudo, fechou completamente as portas, impossibilitando inclusive o acesso aos caixas automáticos. Em algumas instituições privadas, os clientes contaram com auxílio de funcionários terceirizados e estagiários – que continuam trabalhando.
A greve, por tempo indeterminado, foi decidida por assembleias que reuniram bancários dos 26 estados e do Distrito Federal. Eles rejeitaram a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de reajuste salarial somente no valor da inflação (4,5%). No dia 10 de agosto, entregamos a pauta, fizemos quatro rodadas de negociação e definimos as reivindicações em blocos de assunto (emprego, remuneração, condições de saúde e segurança), conta Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) – entidade ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT). A Fenaban, contudo, levou os bancários para a greve, porque não há motivo para uma proposta patronal tão ruim, afirmou Cordeiro. Os funcionários de bancos – que chegam a 470 mil no país – pedem aumento real de 10%. Eles também defendem a alta dos pisos salariais, a proteção ao emprego e ações contra metas abusivas.
No Estado, a maior adesão foi registrada entre os funcionários da Caixa Econômica Federal. Vamos tentar sensibilizar a Fenaban por um reajuste maior. Os 4,5% representam apenas 0,6% de aumento real, afirmou uma das diretoras do SindBancários, Natalina Rosane Guiné. Hoje, funcionários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal realizam assembleias gerais para avaliar a paralisação.
Fonte: Correio do Povo