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BANCOS PRIVADOS CORTAM 1.864 EMPREGOS NOS PRIMEIROS MESES DE 2014

Mulheres continuam ganhando menos
 
 
Nos primeiros meses de 2014, os bancos fecharam 1.864 postos de trabalho nos dois primeiros meses de 2014. Os cortes foram liderados pelos bancos privados, enquanto a Caixa Econômica Federal abriu 826 vagas no mesmo período, o que impactou positivamente. A redução de empregos no sistema financeiro contraria o movimento da economia do país, que gerou 302.190 postos de trabalho em janeiro e fevereiro deste ano.

Os dados constam da Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), divulgada nesta semana pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), que faz o estudo em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Esse levantamento é elaborado com base nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

O estudo da Contraf/CUT – Dieese aponta que os bancos brasileiros contrataram 5.124 funcionários no primeiro bimestre do ano e desligaram 6.988. Um total de 18 estados apresentaram saldos negativos de emprego. Os maiores cortes ocorreram em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

A Contraf/CUT diz que os bancos, sobretudo os privados, mesmo acumulando lucros bilionários, continuaram reduzindo postos de trabalho neste início do ano, a exemplo dos últimos meses de 2013, o que não se justifica.

Mulheres continuam ganhando menos do que os homens

A pesquisa revela que as mulheres, ainda que representem metade da categoria, continuam sendo discriminadas pelos bancos na sua remuneração, ganhando menos do que os homens, não somente na contratação como também no desligamento.

Enquanto a média dos salários dos homens na admissão foi de R$ 3.678,54 nos dois primeiros meses do ano, a remuneração das mulheres ficou em R$ 2.765,15, valor que representa 75,2% da remuneração de contratação dos homens.

Já a média dos salários dos homens no desligamento foi de R$ 6.212,84, enquanto a remuneração das mulheres foi de R$ 4.543,54. Isso significa que o salário médio das mulheres no desligamento equivale a 73,1% da remuneração dos homens.

Para a Contraf/CUT, essa discriminação reforça ainda mais a luta da categoria por igualdade de oportunidades na contratação, na remuneração e na ascensão profissional.

Rotatividade ainda é alta

A pesquisa mostra também que o salário médio dos admitidos pelos bancos no primeiro bimestre do ano foi de R$ 3.229,33 contra o salário médio de R$ 5.407,33 dos desligados. Assim, os trabalhadores que entraram no sistema financeiro recebem valor médio equivalente a 59,7% da remuneração dos que saíram.

No sistema financeiro, aliás, a rotatividade é um instrumento perverso usado para reduzir a massa salarial e turbinar ainda mais os lucros. Tanto que nos últimos 10 anos, segundo a Contraf/CUT, os bancários conquistaram aumentos reais consecutivos, mas esses ganhos foram corroídos pela rotatividade, o que reduziu o crescimento da renda da categoria.

Uma constatação: os números da pesquisa fortalecem ainda mais a determinação dos bancários de ampliar a luta contra as demissões e pelo fim da rotatividade, por mais contratações e contra o PL 4330 da terceirização, como forma de proteger e ampliar o emprego da categoria e da classe trabalhadora.

*Fenae

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