Prática explícita de assédio moral é usada para pressionar funcionários
Após apresentar o novo Sinergia – Programa de Metas – o Banco do Brasil simplesmente triplicou as metas exigidas dos funcionários no meio do semestre. Com isso, os trabalhadores não conseguem programar a sua rotina de trabalho e sofrem mais pressão para superar seus limites físicos e psicológicos.
"Sabemos que o resultado desta readequação do programa de metas leva os funcionários ao adoecimento e impede a gestão eficaz das suas carteiras. Isso não pode ser utilizado como critério para futuros descomissionamentos, pois o próprio banco alterou as regras no meio do processo", argumenta o diretor da Fetrafi-RS, Ronaldo Zeni.
Ranking individual
Uma denúncia encaminhada à Fetrafi-RS no início desta semana relata a rotina de práticas de assédio moral em uma agência do banco do Brasil de Santa Maria. Além de insistir na divulgação do ranking individual de desempenho de funcionários em quadro de avisos, a gestão da agência 0126 – que fica ao lado da Superintendência Regional do Banco em Santa Maria – ainda desloca funcionários para as chamadas mesas de crédito.
A exposição de ranking de vendas em quadros internos de agências desrespeita a cláusula nº 35 da Convenção Coletiva de Trabalho. A nova cláusula, agregada à CCT 2011/2012, proíbe as instituições de exporem, no monitoramento de resultados o ranking individual de seus empregados.
Mesas de crédito
Já no caso das mesas de crédito, os trabalhadores são deslocados de suas funções, em condições irregulares de trabalho, desfalcando suas agências de origem. Os funcionários trabalham com telemarketing durante a jornada de seis horas, sem intervalo, excedendo o tempo limite determinado para as funções deste setor, que é de 5h.
Apesar da diretoria do Banco do Brasil não assumir oficialmente, as duas práticas são comuns na rede de atendimento da instituição, precarizando ainda mais as condições de trabalho dos funcionários. Nas negociações com a Comissão de Empresa dos Funcionários, o Banco alega que as irregularidades são isoladas e de responsabilidade de alguns gestores. Ou seja, a diretoria do BB repassa o problema para os trabalhadores, enquanto continua a cobrar metas abusivas das agências.
"A gestão do Banco do Brasil tem sido catastrófica para as condições de trabalho. O banco precisa cumprir e se responsabilizar pelos acordos que assina, alterando imediatamente essa forma equivocada administrar suas dependências
*Fetrafi-RS