Casos de adoecimento mental, devido à pressão no trabalho, se tornam cada vez mais frequentes, apesar do trabalho intensivo dos sindicatos no combate às metas abusivas.
Além da enchente que assolou o estado do Rio Grande do Sul, o ano de 2024 ficou marcado também pelo crescente aumento de relatos de bancários e bancárias que estão adoecendo devido ao trabalho. Não se trata de uma exclusividade do RS, mas as condições impostas aos trabalhadores, que já eram cruéis, pioraram com o impacto da tragédia ambiental.
Na manhã desta quarta-feira (04/12), o Coletivo de Saúde da Fetrafi-RS e o Grupo de Ação Solidária (GAS) do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região reuniram-se para avaliar o ano de 2024 e planejar ações para 2025.
Nas falas dos presentes foram relatados vários casos de bancários que estão adoecidos, tomando medicação controlada, mas se recusam a pedir afastamento por medo de perder o emprego ou o cargo dentro do banco; bancárias que foram demitidas 60 dias após retornarem da licença-maternidade; trabalhadores apavorados com a possibilidade de ficarem desempregados, devido ao enxugamento que vem sendo feito no setor; e até caso de suicídio.
O grupo também avaliou o Canal de Denúncias da Fetrafi-RS, ferramenta criada para centralizar as denúncias e auxiliar no mapeamento dos problemas, e propôs alguns ajustes, que deverão ser feitos em 2025.”Em 8 meses de funcionamento, o Canal registrou cerca de 200 denúncias, fora as que são feitas diretamente aos dirigentes sindicais por email ou whatsapp. Isso mostra como os colegas trabalham sob pressão, sofrem com assédio e buscam no Movimento Sindical um apoio e uma mão que barre essa violação das leis que protegem os trabalhadores”, avalia a diretora de Saúde da Fetrafi-RS, Raquel Gil de Oliveira.
Ela lembrou que em um passado recente, a preocupação maior era sobre os casos de Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (Dort). “Agora, o Movimento Sindical Bancário luta para combater o adoecimento psíquico. É preciso criar leis que venham, de fato, acabar com as relações de trabalho abusivas. Não podemos mais admitir a prática do assédio moral/sexual no ambiente de trabalho, que estão destruindo as famílias, as amizades e as pessoas”, ressaltou.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Fetrafi-RS