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COM LUCROS E RENTABILIDADES NAS NUVENS, BANCOS PODEM PAGAR AUMENTO REAL MAIOR

De acordo com os dados da Consultoria Economática, o setor de bancos foi o mais lucrativo entre as empresas de capital aberto na Bovespa no segundo trimestre de 2010. Os 25 bancos com papéis na Bolsa lucraram R$ 10,1 bilhões e ficaram na frente do setor de petróleo e gás, que vem em segundo com resultado de R$ 8,5 bilhões.

No mesmo período em 2009, os 25 bancos haviam lucrado R$ 8,5 bilhões, número que subiu 18,38% em 2010. Ainda segundo os dados, o lucro de todos os setores, no geral, evoluiu 35%, passando de R$ 33 bilhões no segundo trimestre de 2009 para R$ 44,7 bilhões no segundo trimestre deste ano.

Foram examinados 23 setores totalizando 321 empresas brasileiras de capital aberto. O segundo setor mais lucrativo no segundo trimestre de 2010, o de petróleo e gás, conta com quatro empresas. O lucro de R$ 8,5 bilhões neste trimestre representou crescimento de 10,9% antes os R$ 7,7 bilhões em relação ao mesmo período de 2009. A Petrobras sozinha responde por R$ 8,2 bilhões desse lucro.

Em seguida vêm os setores de mineração com R$ 6,6 bi de lucro; energia elétrica com R$ 4,3 bi, e telecomunicações, R$ 2,5 bilhões.

Mais para bancários – Com economia em alta, trabalhadores de diversas categorias estão alcançando aumento real de salários.

Os aumentos salariais obtidos pelos trabalhadores em 2010 deverão ser os maiores desde que o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) iniciou sua série histórica, em 1996. No primeiro semestre, segundo o Dieese, 87% das 290 negociações registradas conquistaram reajustes salariais acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O desempenho foi melhor que nos anos de 2008 e 2009, quando o percentual de negociações com reajustes superiores ao índice foi, respectivamente, 78% e 80%.

"Há uma expectativa de que, em 2010, não apenas no segundo semestre, mas, quando nós fecharmos o ano, teremos, muito provavelmente, o melhor ano da série", afirmou o coordenador de Relações Sindicais da entidade, José Silvestre Prado de Oliveira, para quem o resultado tem a ver com a conjuntura econômica favorável, com baixa inflação, maior massa salarial, aumento do emprego e previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em torno de 7%.

Eles podem – Dados retirados dos relatórios dos sete maiores bancos do Brasil (veja abaixo) indicam que a rentabilidade sobre o patrimônio é alta, de até 29% em alguns casos. Isso equivale a dizer que a cada três anos uma instituição financeira tem capital para comprar outra do mesmo porte. "Esse é um indicador que demonstra que o setor está em plenas condições de atender as reivindicações da categoria de aumento real e PLR maiores, assim como a valorização dos pisos e dos vales", explica a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.

Esse quadro se mantém assim ao longo de muitos anos e faz do setor financeiro brasileiro um dos mais rentáveis do mundo, maior até que em países desenvolvidos. "Em 2010 os bancos lucraram muito mais e têm de distribuir mais e pagar salários melhores", salienta Juvandia.

Lucro líquido (seis maiores bancos – em R$ mil)

Banco

Junho 2009

Junho 2010

Variação

Banco do Brasil

4.013.563

5.131.184

27,85%

Caixa Federal

1.156.930

1.667.684

44,15%

Bradesco

4.020.352

4.508.024

12,13%

Itaú Unibanco*

4.990.382

6.465.630

29,56%

Santander

2.445.145

3.529.251

44,34%

Safra

452.732

512.239

13,14%

HSBC

247.770

423.279

70,84%

Total

17.326.874

22.237.291

28,34%

*Lucro líquido recorrente
Fonte: Demonstrações contábeis dos bancos
Elaboração: Dieese – Subseção Sese/Seeb-SP

Rentabilidade líquida (seis maiores bancos)

Banco

Junho 2009

Junho 2010

Banco do Brasil

33,2%

28,7%

Caixa Federal

17,9%

25,8%

Bradesco

23,7%

22,8%

Itaú Unibanco

20,2%

24,2%

Santander

21,9%

17,4%

Safra

20,8%

20,4%

HSBC

8,7%

12,1%

Fonte: Indicadores de desempenho dos bancos
Elaboração: Dieese – Subseção Sese/Seeb-SP

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