Mesa discutiu pontos divergentes e mudanças na redação da minuta
Nesta terça-feira, 10 de janeiro, o Comando Nacional dos Banrisulenses voltou a discutir o Acordo de Teletrabalho com o Banrisul. A renovação do acordo assinado em 2021 passa por uma revisão da proposta encaminhada pelo Banco aos representantes dos trabalhadores e das trabalhadoras. Na minuta composta por 23 cláusulas, foi introduzido o regime de teletrabalho em tempo integral, mediante prévia autorização da diretoria do Banco, em acordo entre gestor e empregado e somente com a homologação no sindicato.
Pelo atual acordo, o retorno ao trabalho presencial se daria apenas por conveniência e a critério do Banco. O mesmo foi proposto pelo Banrisul ao regime integral. Porém, os dirigentes sindicais rejeitaram a nova cláusula e solicitaram a retirada da que estava vigente.
O objetivo do Comando é garantir que a decisão sobre o retorno do home-office conte também como uma escolha do empregado e não apenas do Banco. “O que um não quer, dois não fazem. Esse deve ser o princípio deste acordo”, pontuou o presidente do SindBancários Porto Alegre e Região, Luciano Fetzner, destacando que é preciso ter cuidado para que o teletrabalho não se transforme em instrumento de assédio moral, promovendo o afastamento de colegas por decisão unilateral de gestores.

Além disso, os dirigentes sindicais querem ter conhecimento dos planos do Banco e solicitaram, mais uma vez, o mapeamento dos casos que serão colocados em regime de teletrabalho no próximo período, seja ele híbrido (com no mínimo quatro dias de presença na unidade) ou integral. “Queremos identificar esses colegas para ter acesso a eles e não deixa-los de fora das ações promovidas pelos sindicatos”, afirmou a diretora da Fetrafi-RS Ana Maria Betim Furquim.
O pedido foi reforçado pelo presidente do Sintrafi, de Florianópolis-SC, Cleberson Pacheco Eichholz. “Queremos incluir uma cláusula no acordo para que o Banco nos forneça as informações de quem são os colegas em teletrabalho e, assim, podermos acompanhar as suas demandas.”
Priorização das pessoas com comorbidades
Outro ponto bastante debatido durante a reunião foi a prioridade que deve ser concedida às pessoas com comorbidades graves. Conforme a cláusula 10 da minuta apresentada pelo Banrisul, estas têm a preferência na alteração do regime de trabalho presencial para o teletrabalho, mas é necessário que o laudo médico seja validado pela Área Médica da Gerência de Saúde, Segurança no Trabalho e Qualidade de Vida do Banco.
Entretanto, o Comando Nacional dos Banrisulenses quer evitar problemas futuros com contestações de laudos. “Faremos uma nova proposta de redação da cláusula para que seja mais justa. Assim como o empregado precisa comprovar a sua condição e a necessidade de trabalho em home-office, o Banco também precisa comprovar os motivos pelos quais deu uma negativa a este colega, caso isso ocorra”, ressaltou a diretora de Saúde do Trabalhador da Fetrafi-RS, Raquel Gil de Oliveira.
Os negociadores do Banrisul se comprometeram a discutir as divergências com a diretoria e retornar com as respostas em curto prazo. Quando estiver finalizada, a minuta do acordo será submetida às assembleias gerais.
Imprensa SindBancários