Banco negou assinatura de pré-acordo, mas debateu reivindicações específicas de Saúde e Condições de Trabalho
A Caixa Econômica Federal seguiu a linha apresentada pela Federação Nacional dos Bancos
(Fenaban) na segunda reunião da Campanha Nacional 2018 com o Comando Nacional dos
Bancários, na quinta-feira (12), e não assinou o pré-acordo que garantiria a validade do Acordo
Coletivo de Trabalho (ACT), após a data-base da categoria (ultratividade). A negativa
aconteceu na primeira rodada de negociações da mesa específica da Caixa, realizada nesta
sexta-feira (13), em São Paulo.
Os empregados conquistaram, porém, um calendário de negociações que acompanhe as
reuniões da Fenaban. Os próximos encontros serão nos dias 20 e 26, em Brasília. Na primeira,
a pauta será Saúde e Condições de Trabalho, Caixa 100% Pública e Nenhum Direito a Menos.
No dia 26 de agosto será debatido Saúde Caixa e Funcef.
A direção da Caixa ressaltou que os acordos específicos, antes de serem assinados, devem
passar pela aprovação do Conselho de Administra (CA) da Caixa. “Nós sabemos que sempre
houve a necessidade de consulta aos órgãos controladores. Porém, nossa preocupação é que,
com o atual desmonte do banco, interesses privados venham a prejudicar os empregados e a
Caixa 100% Pública”, explicou Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos
Empregados da Caixa (CEE–Caixa), ao exemplificar com a participação de ex-diretores da Shell
no Conselho de Administração da Petrobras.
“Apesar da postura do banco em já não garantir o pré-acordo, avaliamos que esta primeira
rodada de negociação não foi só de negativas. A CAIXA mostrou uma postura de querer
negociar os pontos reivindicados pelos empregados. Logo, é importante reforçarmos a
mobilização e resistência. Só com a efetiva participação de todos os empregados é que vamos
manter nossos direitos e conquistas. Tudo por todos!”, declarou Fabiana Uehara Proscholdt,
secretária da Cultura Contraf-CUT e representante da Confederação nas negociações com a
Caixa.
Saúde e Condições de Trabalho
A CEE–Caixa apresentou as reivindicações específicas dos empregados em relação a Saúde e
Condições de Trabalho. Os pontos são resultados das resoluções 34º congresso Nacional dos
Empregados da Caixa (Concecef), realizado nos dias 7 e 8 de junho.
“Os empregados da caixa devem participar ativamente das atividades chamadas pelos
sindicatos, se mobilizando na defesa dos seus direitos e da Caixa 100% Pública. Este ano
estamos combatendo o desmonte dos direitos e dos bancos públicos”, convocou Dionísio Reis
A CEE-Caixa cobrou a revogação da versão 41 do RH 184, o fim da Gestão de Desempenho de
Pessoas (GDP) e do descomissionamento arbitrário e, especificamente o descomissionamento
de gestantes. O Banco se comprometeu a avaliar as questões.
Sobre a verticalização, os empregados cobraram o fim do processo, que além de
descomissionar arbitrariamente muitos empregados, expões a Caixa no mercado. “Faz com
que o banco reduza a atuação em áreas que sempre foi referência e concorra com bancos
privados, em área nas quais eles dominam. Isso resulta na redução das operações e do share
de mercado”, apontou o coordenador da CEE-Caixa.Os empregados cobraram ainda o ressarcimento dos gastos do CPA 20 dos trabalhadores que
são eventuais de gerente e que mantém, segundo a Caixa, sua eventualidade por um período.
Os trabalhadores reivindicaram fim das discriminações e mais transparência nos processos
seletivos internos. A Caixa anunciou uma nova sistemática, da qual irá informar mais detalhes
nas próximas mesas.
Sobre a criação de unidades estatuais de Saúde do Trabalhador, por Gipes ou Repes, com a
participação dos trabalhadores, o banco anunciou que todos as unidades da federação têm
pelo menos um empregado responsável pelo tema. Os trabalhadores reclamaram que não é
suficiente.
Já para o fortalecimento dos Fóruns Regionais de Condições de Trabalho, a direção da Caixa
alegou que está em andamento.
Os empregados protestaram diante da demora para disponibilizar o incentivo à escolaridade
em 2018. O banco informou que as bolsas para pós já estão disponíveis e que as para línguas e
graduação devem estar disponíveis até o final agosto.
Antes de encerrar, os empregados entregaram um ofício para reiterar a cobrança de mais
transparência de Saúde Caixa, com a disponibilização de dados que permitam as entidades
entender mais profundamente o plano de saúde.