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CONTRAF-CUT PROPÕE REVERSÃO DE TERCERIZAÇÕES EM DEBATES COM A FENABAN

Aconteceu nesta segunda-feira, 26, a segunda reunião da comissão paritária de Terceirização entre Contraf-CUT e Fenaban. O encontro foi realizado em São Paulo e deu continuidade aos debates iniciados no último dia 7.

No último encontro, Fenaban e Contraf se comprometeram a apresentar dados e informações a respeito do processo de terceirização nos bancos e no sistema financeiro. A Fenaban, alegando dificuldades em obter a sistematização das informações exatas para o debate, não trouxe a apresentação.

Por sua vez, os sindicalistas fizeram o dever de casa e apresentaram os principais serviços terceirizados pela maioria dos bancos, bem como uma série de processos negociados banco a banco que garantiram a reversão da terceirização.

Dentre as principais atividades terceirizadas, foram relacionadas pelos bancários:

– Back office ou retaguarda bancária (movimentação das agências, malotes PJ, caixas eletrônicos etc)
– Atividades de tesouraria
– Compensação bancária
– Call Center (ativo e receptivo)
– Tecnologia de Informação
– Abertura de conta corrente
– Processamento de conta corrente
– Gestão eletrônica de documentos
– Processamento de empréstimos / crédito / crédito imobiliário
– Promotores de vendas

A Fenaban concordou serem esses os grandes grupos de serviços terceirizados, ainda que tenha alguma diferenciação de nomenclaturas.

Os bancários apresentaram também uma serie de serviços cuja terceirização foi revertida em negociações banco a banco, em áreas como: tele-atendimento, financiamento de automóveis, telefonia, call center ativo e receptivo e cartão de crédito, além do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com a Caixa, que envolve a retaguarda, digitação e tecnologia.

Para o presidente da Contraf-CUT Carlos Cordeiro, presente na reunião, o fornecimento das informações por parte da Fenaban a respeito dos serviços terceirizados e do numero de trabalhadores envolvidos, bem como o local de prestação desses serviços é fundamental para o bom desenrolar dos trabalhos na comissão paritária. "Nossa preocupação é com o nível e a qualidade dos postos de trabalho na categoria e no conjunto de atividades que permeiam a intermediação financeira. Aliás, este é o objetivo de construção da própria Contraf-CUT, buscar a organização e a representação de todo o ramo financeiro", afirma.

Os trabalhadores propuseram à Fenaban uma consulta aos bancos para a abertura de negociações para a revisão em todo o sistema financeiro de terceirizações, a partir das experiências exitosas citadas como exemplo banco a banco. "Deixamos claro na mesa que nossa intenção é tratarmos das possibilidades de reversão de processos de terceirização nos bancos. Aguardamos um retorno positivo por parte das empresas nesse sentido e que poderá ser inclusive em áreas não citadas por nós na apresentação de hoje", afirma Miguel Pereira, secretário de Organização da Contraf-CUT.

Ana Tércia Sanches, diretora do Sindicato de São Paulo, ratifica a necessidade da Fenaban trazer mais dados para o diálogo social. "Seja por conta dos próprios critérios de governança corporativa, seja em razão das normas nacionais e internacionais que tratam de riscos operacionais, esperamos avançar rumo neste debate, a começar pelo acesso às informações", afirma. "Como não há uma lei que regulamente a terceirização no Brasil, as informações divulgadas são muito heterogêneas – tanto as oficiais quanto as dos balanços sociais dos bancos. Afirmamos ser de interesse de toda a sociedade esses dados, uma vez que lidamos com trabalho protegido por sigilo bancário", conpleta a dirigente.

A próxima reunião da comissão paritária ficou agendada para o dia 7 de junho, às 15h30, na sede da Fenaban, quando a Fenaban dará resposta sobre o interesse dos bancos em discutir a possibilidade de reversão da terceirização em determinadas áreas, etapas ou procedimentos.

Além de Carlos Cordeiro, Miguel Pereira, e Ana Tércia, participaram da reunião Jéferson Rubens Boava, da Feeb SP-MS, Leonice Tânia Pereira da Costa, da Feeb RJ-ES, João Antonio da Silva Neto, da Fetec PR, e Pedro Sardi, da Fetec São Paulo.

Fonte: Contraf-CUT

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