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CORONAVÍRUS: ARBITRARIAMENTE, SANTANDER MUDA PROCEDIMENTO EM CASO DE COVID-19

Banco espanhol alterou, sem negociação, critérios para afastamento de trabalhadores, fechamento e higienização de locais de trabalho, em casos suspeitos e confirmados de coronavírus. Novo procedimento é menos rígido e ágil, aumentando a exposição de bancários e clientes ao risco

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Desde segunda-feira 4, o Sindicato dos Bancários de São Paulo tem recebido denúncias de que o Santander alterou, sem negociação com o movimento sindical bancário, o procedimento para casos suspeitos e confirmados de coronavírus entre seus funcionários. O novo procedimento é menos ágil e rígido, expondo ao risco a vida de bancários e clientes. 

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“O procedimento que vinha sendo adotado até então era que, em casos suspeitos, ainda nos sintomas iniciais, o trabalhador comunicava o banco e era afastado. Agora, no caso de suspeita, o trabalhador deve entrar em contato com o teleatendimento do Hospital Sírio Libanês para o médico decidir se o funcionário será afastado ou não. Já em relação aos casos confirmados, a mudança é ainda pior. Antes, em caso de confirmação por Covid-19 fechava-se imediatamente o local de trabalho, agência ou departamento, e afastava-se, por 14 dias, todas as pessoas que tiveram contato direto com o colega infectado. Agora, após a mudança arbitrária, sem a devida negociação com o movimento sindical, o banco vai higienizar o local de trabalho e uma equipe médica vai avaliar se houve contato entre a pessoa infectada e os demais, se há risco de contágio ou não, e somente depois deste processo o local poderá ser isolado caso seja essa a recomendação”, explica a diretora do Sindicato e bancária do Santander Lucimara Malaquias. 

Na avaliação do Sindicato, o procedimento anterior era mais adequado para a proteção de bancários e clientes, uma vez que proporcionava maior agilidade no afastamento do trabalhador e no isolamento da agência ou departamento, reduzindo o tempo de exposição dos colegas, e também pelo fato de ser praticamente impossível determinar se houve ou não contato entre bancários que atuam no mesmo local de trabalho. 

“Um exemplo do risco contido nestas mudanças é o caso da agência Marechal Deodoro, em Osasco, que teve o primeiro caso confirmado em 17 de abril. O funcionário foi afastado e, ainda assim, surgiram novos casos confirmados e suspeitos, que ainda aguardam resultados de exames. Mesmo assim, a agência só será higienizada na manhã do dia 7, o que só foi agendado após intervenção do Sindicato. Uma demora inadmissível que colocou em risco toda a equipe que atua no local e também os clientes. Vamos acompanhar de perto este caso para que todas as medidas necessárias sejam tomadas”, diz Lucimara. 

De acordo com a diretora do Sindicato, ao promover as mudanças de forma unilateral e arbitrária, apenas comunicando o movimento sindical bancário quando já estavam implementadas, sem qualquer debate, o Santander desrespeitou compromissos firmados pela Fenaban (federação dos bancos), em mesa de negociação, com o Comando Nacional dos Bancários. 

“Os números de mortes e contaminações por Covid-19, mesmo subnotificados, atingiram patamares alarmantes. Cidades e diversos especialistas já debatem a necessidade de um rígido lockdown para frear a propagação do vírus. Justo neste momento, que impõe ainda mais cautela e responsabilidade, o Santander flexibiliza seus procedimentos, aumentando o risco para clientes e bancários. Insistimos para que o banco reveja, com urgência, os seus procedimentos. Além disso, aguardamos um posicionamento da Fenaban em relação à postura do Santander, que desrespeitou o compromisso firmado em mesa de negociação, de que qualquer alteração nos procedimentos seria debatida previamente”, acrescenta Lucimara.

 

FONTE: SP BANCÁRIOS

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