4ª Ação foi lançada em 8 de março e vai até o dia 17 de outubro
Desde a última sexta-feira, 26, até o meio-dia desta segunda-feira, 28, um grupo de dirigentes bancárias da CUT-RS, do SindBancários e da Fetrafi-RS participaram da Primavera pelo Direito ao Corpo e a Vida das Mulheres, em Santana do Livramento e Rivera, na fronteira Brasil -Uruguai.
Segundo a secretária de Mulheres da CUT-RS, Ísis Garcia Marques, "trata-se de um evento que faz parte da 4ª Ação Internacional da MMM do RS”.
Durante o sábado e domingo, várias palestras e encontros para debater e mapear a lutas das mulheres envolveram as várias delegações que viajaram até a fronteira dos dois países.
A 4ª Ação foi lançada em 8 de março e vai até o dia 17 de outubro. Segundo Flávia Retamar, uma das coordenadoras da MMM em âmbito local, a intenção é fortalecer a defesa das mulheres de 96 países onde o movimento está presente.
Elas saíram às ruas para denunciar as causas que oprimem e discriminam mulheres em todo o mundo. "Ao mesmo tempo, um amplo processo de formação política feminista será realizado para identificar as ameaças que as mulheres sofrem em cada região do planeta e também para construir, de forma coletiva, as nossas práticas e propostas para construir um mundo baseado na igualdade, liberdade, justiça, paz e solidariedade”, referiu.
Cintia Barenho, da coordenação executiva do evento, confirmou que nos três estados do Sul (RS, SC e PR), em conjunto com Uruguai e Argentina, será realizada uma grande ação trinacional na Fronteira da Paz, com foco no fortalecimento da ação feminista de forma integrada entre ativistas dos três países, intensificando o reconhecimento dos conceitos de autonomia e autodeterminação de corpos e territórios.
A PALAVRA DE BOAS-VINDAS DE UMA JUÍZA DE LIVRAMENTO
Meu nome é Carine Labres, sou Juíza de Direito em Santana do Livramento e quero dizer que me sinto honrada em poder dar as boas-vindas a todas e todos os participantes da 4ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres.
Todos reunidos nesta Marcha sonham e buscam conjuntamente construir um mundo melhor, sem preconceitos ou discriminações excludentes, um mundo baseado na igualdade, na liberdade, na justiça, na paz e na solidariedade.
Denunciar causas que oprimem e que discriminam mulheres constitui ação que dá início à construção de um mundo mais justo. Um mundo no qual todos sejam livres e as mulheres, independente da origem, da condição social ou da religião possam ter direito ao seu corpo e a uma vida digna.
O aborto é tema que desperta inúmeros questionamentos na ordem da moral, da religião e da criminalidade, mas o único questionamento que deve importar é se a mulher está feliz e deseja sua gravidez.
A mulher deve, acima de tudo, ter liberdade para escolher se quer ou não ter um filho, sendo senhora de seu próprio destino. Sem vergonha, sem passar por humilhações ou escárnio público.
A luta pelo "direito ao aborto” é, antes de tudo, a luta pela dignidade da mulher. Se quisermos mudar a realidade legislativa e social no Brasil ou em qualquer outro lugar, devemos, como sabiamente nos brindou Gandhi, sermos nós mesmas a mudança que desejamos ver no mundo.
Enfim, meus queridos e queridas, parafraseando o cantor e compositor JOHN LENON, lhes digo "um sonho que se sonha só, é apenas um sonho, mas um sonho que se sonha junto já é o começo da realidade”.
*CUT/RS