O coordenador de educação do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Nelson Karam, estima que a redução da jornada de trabalho teria a capacidade de gerar 2,5 milhões de novos postos no Brasil.
Durante audiência pública promovida pela Comissão Especial da Jornada Máxima de Trabalho, ele acrescentou que a redução de 44 para 40 horas teria um impacto para a indústria de 1,99% . "Isto seria perfeitamente absorvível pelo setor industrial brasileiro".
Segundo informou, uma pesquisa do Dieese feita em 2008 em São Paulo mostrou que 37,8% dos trabalhadores tinham jornada maior que 44 horas semanais. Na indústria, seriam 32,3%, e no comércio, 56,5%. O coordenador acrescenta que entre 2002 e 2008 a produtividade no Brasil cresceu 23%.
Para Karam, esse seria um bom argumento para mostrar a viabilidade da redução da jornada de trabalho. Ele também citou que na França a jornada de trabalho é de 30 horas; no Japão é de 42 horas; na Itália, 38 horas; e na Inglaterra, 39.
"O custo da hora trabalhada no Brasil, é de 5,9 dólares (cerca de R$ 12), enquanto nos Estados Unidos, é de 24,59 dólares; no Japão, 19,75; e na Coréia, 16 dólares. Isso mostra a baixa participação dos salários no custo da produção brasileira." Karam enfatiza que na indústria, por exemplo, essa participação seria de 22%.
Segundo Karam, já foram feitos mais de 30 acordos de redução de jornada em diversos setores, "o que mostra que é possível de se efetivar".
A comissão discute a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 231/95, que reduz a carga horária máxima semanal de 44 para 40 horas e aumenta o valor da hora extra de 50% do valor normal para 75%.
Fonte: Agência Câmara