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EM 2014, 91,5% DAS NEGOCIAÇÕES RESULTARAM EM AUMENTO REAL

Comércio obteve o maior percentual (98,2%)
 

Quase todas as negociações salariais (91,5%) da indústria, do comércio e dos serviços resultaram em aumento real em 2014, em todas as regiões do país, de acordo com estudo divulgado hoje (19), em São Paulo, pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O ganho real médio pago no ano passado nas 716 negociações analisadas foi de 1,39% ante 1,22% em 2013.

A média de reajustes de 2014, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), ficou abaixo apenas das registradas em 2010 (1,66%) e 2012 (1,9%). Ao todo, 6,1% das negociações igualaram-se à inflação e 2,4% não alcançaram recomposição salarial. Esses resultados também são melhores que os de 2013, quando 86,2% das negociações alcançaram ganhos reais, 7,5% igualaram-se ao INPC e 6,3% ficaram abaixo da inflação.

"Os resultados conquistados em 2014 tiveram como pano de fundo um quadro econômico de baixo crescimento e alta inflação. Este cenário era considerado por muitos analistas como desfavorável para a negociação coletiva, na medida em que estimularia o empresariado a ser mais resistente diante das demandas dos trabalhadores”, aponta a conclusão do estudo. "No entanto, o que se verificou é que apesar do prognóstico ruim, as negociações tiveram alta no número de aumentos reais, superando as conquistas de 2013 e dando sequência a uma longa série de resultados positivos para a classe trabalhadora.”

O resultado melhor em 2014 frente a 2013 pode ser explicado pela mobilização dos trabalhadores e do movimento sindical, pela manutenção das taxas de desemprego em um patamar baixo e pelas desonerações concedidas pelo governo federal a alguns setores.

Entre os setores da economia, o comércio teve o maior percentual de acordos com aumento real (98,2%) em 2014. Na indústria, o índice ficou em 90,9%, e no setor de serviços, em 89,2%. Entretanto, os maiores reajustes (acima de 3%) concentraram-se na indústria e no setor de serviços, em 6,9% dos casos e 5,8%, respectivamente. No comércio apenas 2,7% dos aumentos ultrapassaram esse patamar.

O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo Cláudio do Prado avaliou que apesar dos ganhos acima da inflação nos acordos, os trabalhadores acumulam perdas pela rotatividade da mão de obra, que reduz os salários médios. "A rotatividade tem diminuído o poder aquisitivo do trabalhador. Então, se a gente não levar em consideração a rotatividade, e só levar em consideração as convenções coletivas, é uma avaliação não muito correta.”

*Rede Brasil Atual
 

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