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EM LANÇAMENTO DE "A PRIVATARIA TUCANA" DEBATEDORES PEDEM ABERTURA DA CPI DAS PRIVATIZAÇÕES

Atividade promovida pelo SindBancários, CUT, Contraf e Fetrafi-rs durante o Fórum Social Temático.

Mais de mil pessoas assistiram, pessoalmente ou pela Internet, através da Twitcam, ao debate e lançamento do livro "A Privataria Tucana", que ocorreu na tarde desta quarta-feira, dia 25, na Casa dos Bancários e integra as atividades promovidas pelo SindBancários, CUT, Contraf e Fetrafi-rs durante o Fórum Social Temático.
O autor, Amaury Ribeiro Junior, se disse surpreso por um livro sobre privatizações ter vendido tanto. "Como lancei o livro em diversos locais, percebi que o assunto atingia diversas classes sociais e categorias. Comecei a conhecer a histórias de quem ia nas sessões. As privatizações atingiram muita gente e causaram dor a essas pessoas."

Se o livro deixou indignados aqueles que leram, Amaury acredita que só uma parte dos crimes são denunciadas na obra e pede a abertura da CPI das privatizações. "Só assim saberemos de tudo o que aconteceu e desvendaremos essa história. Os crimes já estão prescritos, mas as mesmas pessoas que estão no livro continuam agindo de forma semelhante, utilizando a estrutura do Estado para cometer delitos".

"O SindBancários participou ativamente de todos os Fóruns, e essa atividade abre a nossa programação. Mais que isso, não é um debate apenas sobre as privatizações, mas sobre a superação de um modelo de mundo", analisa a secretária-geral do SindBancários, Rachel Weber.

Privataria Tucana é um documento

Para o deputado federal Protógenes Queiroz, Privataria Tucana é mais do que um livro, é um documento com revelações que podem ser usadas para o início de uma investigação e criticou a postura de quem se omitiu em dar espaço ao assunto. "Ficar omisso é pior que debater", afirma.

Protógenes também defendeu a abertura de uma CPI que investigue as denúncias, afirmando que essa não seria uma CPI da Câmara de Deputados, mas sim uma CPI do Brasil e dos brasileiros.

O diretor de Saúde da Fetrafi-RS, Juberlei Bacelo, entende que o livro contribui para que uma parte da história do País, a venda do patrimônio brasileiro, não seja esquecida. "O Amaury denuncia um processo que mesmo antes da publicação da Privataria Tucana já era escandaloso. Na época, diversas propagandas enganosas tentavam nos fazer acreditar que o Estado estava completamente falido e a única saída era privatizar, que dessa forma teríamos um grande retorno em saúde, em educação".

Em vez disso, Juberlei observa que os brasileiros convivem até hoje com as cruéis consequências das privatizações e que os movimentos sindicais precisam pressionar o Congresso pela abertura da CPI frente a tudo que é denunciado. "Agora sim que o Serra tem do que reclamar, porque esse livro pesa muito mais que uma bolinha de papel."

O economista Luiz Gonzaga Beluzzo explica que a privatização nasceu da ideia de que o setor privado é mais eficiente que o estado. "As empresas públicas estavam completamente endividadas durante a década de 80 e já estava difícil mantê-las. Com o ápice do movimento neoliberal na década de 90, foi uma farra. Venderam empresas a preço de banana." Segundo Beluzzo, somente o anúncio de que o Banespa seria privatizado fez as suas ações subirem de R$ 4 para R$ 84.

A editora da Carta Capital, Maria Inês Nassif, chama a atenção para o número de exemplares vendidos sem que uma linha sobre o livro fosse publicada na grande imprensa. Para ela, Privataria Tucana foi uma lição definitiva para os grandes veículos, de que eles não possuem mais o monopólio da informação.

Após o encerramento do debate, o momento foi aberto às intervenções do público. Presente na plateia, Olívio Dutra lembrou de quando foi eleito governador do RS, momento em que a Sul Gás, a Corsan e o Banrisul estavam na mira da privatização. "Diziam que não teríamos dinheiro nem para pagar o salário dos trabalhadores. Não atrasamos um só salário e não tivemos que vender o patrimônio dos gaúchos para isso", conclui.

Ao final, o escritor participou de uma sessão de autógrafos no Alho Poró.

Fonte: Imprensa/SindBancários

 

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