Dois terços das perdas atingiram clientes latino-americanos. No Brasil, clientes perderam cerca de US$ 300 milhões.
Promotores da Espanha estão investigando como o Santander, segundo maior banco do país, perdeu mais de US$ 3,1 bilhões de seus clientes ao investir no esquema de Bernard L. Madoff. Embora tenha perdido uma fortuna de seus clientes, o banco mesmo amargou prejuízo de apenas US$ 22,4 milhões. Madoff é acusado de um esquema de fraude de US$ 50 bilhões, que alcançou bancos e investidores em vários países.
Os investigadores espanhóis querem saber os detalhes do relacionamento entre o banco e a empresa de Madoff e sobre quando o Santander ficou sabendo dos problemas enfrentados pelo norte-americano. O Santander foi um dos clientes mais ativos do suposto esquema de pirâmide engendrado por Madoff, oferecendo o investimento a clientes ricos em toda a América Latina e na Europa.
O dano potencial à reputação, e ao lucro do banco é especialmente grande na América Latina, região responsável por um terço dos negócios da instituição e onde o Santander tem planos de expansão. De acordo com uma fonte ligada à questão, dois terços das perdas do Santander atingiram clientes latino-americanos. No México, clientes do Santander perderam US$ 400 milhões; na Argentina, US$ 350 milhões, e no Brasil, cerca de US$ 300 milhões, de acordo com a fonte. As perdas do Santander são as maiores registradas por uma única instituição no esquema. O HSBC, maior banco europeu por valor de mercado, tinha exposição de US$ 1 bilhão aos fundos de Madoff.
Banco UBS
A administradora de fundos francesa Oddo & Cie. abriu um processo contra o UBS, o maior banco da Suíça, com o objetivo de recuperar US$ 40 milhões investidos com Madoff.
A Oddo vendeu as ações que detinha em nome dos clientes no fundo LuxAlpha Sicav – American Selection em 4 de novembro, mais de um mês antes de Madoff ser indiciado por fraude financeira, e não recebeu o dinheiro, informou Arnaud Ploix, porta-voz da Oddo em Paris. O UBS atuou como custodiante do fundo. "A Oddo tem um processo judicial em andamento contra o UBS em Luxemburgo, para recuperar esses recursos", disse Ploix.
O UBS não remeteu o dinheiro depois da prisão de Madoff, em 11 de dezembro, porque, como custodiante, o banco precisava ter certeza de que qualquer ação a ser tomada fosse do interesse de todos os investidores, disse Paul Mousel, do escritório de advocacia Arendt & Medernach, que representa o UBS.
*DCI