Presidente da Fundação alega restrições regulatórias
Em ofício à direção da Fenae, o presidente da Funcef, Carlos Antônio Vieira, manifestou-se contrário à divulgação mais ampla e detalhada de informações sobre os investimentos realizados pelos planos administrados pela Fundação. O posicionamento ocorreu dois meses após a Fenae cobrar informações sobre a Vale e propor um plebiscito para que os participantes pudessem expressar suas expectativas e subsidiar decisões dos dirigentes do fundo de pensão no processo de renovação do acordo de acionistas da maior mineradora do mundo. Caindo em contradição, o presidente da Funcef gerou desconforto na categoria.
Uma das sugestões apresentadas pela Fenae no início do ano foi a realização de uma consulta aos participantes sobre as expectativas da categoria em relação à Vale, como forma de subsidiar a tomada de decisão dos dirigentes do fundo de pensão. Porém, no ofício, o presidente da Funcef alega que "a legislação não prevê o uso desse instrumento”.
Outra contradição apontada pela Federação que representa o pessoal da Caixa é o fato de a Funcef se referir à falta de uma previsão explícita na legislação para a consulta aos participantes no que diz respeito aos rumos da Vale, ao mesmo tempo em que foi aberto um processo seletivo no qual profissionais aposentados da Caixa se candidataram para atuação em comissões da Fundação que irão apurar internamente os ativos sob investigação da Polícia Federal.
O que não se explica é porque a diretoria da Funcef, desta vez, se propõe a "recrutar” participantes para realizar auditorias internas sem precisão legal e estatutária ao passo em que a Fundação dispõe de quatro Comitês de Assessoramento Técnico, entre eles o de Ética e o de Auditoria, todos formalmente constituídos e com membros nomeados.
*Fenae