A General Motors (GM) está em "intensa" e "determinada" preparação para um possível pedido de concordata, disse ontem à Reuters uma fonte familiarizada à situação da maior montadora americana. A empresa vive momentos decisivos em relação ao seu futuro desde o fim do ano passado, quando sua situação financeira já debilitada foi duramente atingida pelo agravamento da crise econômica após 15 de setembro. A GM já havia perdido o título de maior montadora do mundo para a Toyota.
Um plano para dividir a empresa, em uma nova companhia formada por unidades de maior êxito e uma "velha empresa" com os negócios menos rentáveis, vem sendo acelerado e é visto como a melhor configuração para o futuro, segundo outra fonte da companhia informou à agência.
O presidente-executivo da GM, Fritz Henderson, já disse que a empresa prefere se reestruturar fora da Justiça, mas que pode recorrer a ela se necessário. A GM preferiu não comentar a notícia de ontem. Henderson assumiu o comando da companhia na semana passada, após a saída de Rick Wagoner. O ex-presidente foi pressionado a deixar o cargo pelo governo americano, que tenta montar um plano para salvar a GM e a Chrysler.
As ações da GM caíram durante o dia após a notícia da possível concordata ser divulgada. No fim do pregão, as ações fecharam cotadas a US$ 2, uma perda de 11,89% apenas ontem. No ano, os papéis da GM já acumulam uma queda de 37,50%.
Se o plano for adiante, a nova GM assumiria parte da dívida dos credores por procedimentos da concordata, informou a segunda fonte, acrescentando que os detentores de bônus da montadora devem perder valor significativo em uma concordata.
A companhia, que já opera com US$ 13,4 bilhões em empréstimos do governo americano desde o início do ano, tem até 1º de junho para concluir um plano de reorganização que mostre sua capacidade de se manter operando.
A Chrysler, da Cerberus Capital Management, também enfrenta uma possível concordata. A montadora tem até 30 de abril para completar uma aliança com a montadora italiana Fiat.
Terceira grande montadora de Detroit, a Ford vive um momento melhor, mas não menos tranquilo. Na segunda-feira, a montadora informou ter renegociado uma parcela de sua dívida no valor de US$ 9,9 bilhões, uma redução de 28% no endividamento total da companhia. Os credores aceitaram ações da Ford como parte da renegociação. (Com informações de São Paulo
Fonte: Valor Online