A diferença entre as taxas de captação dos bancos e a aplicada aos clientes (spread) subiu de 34,4 ponto, em agosto, para 35 ponto na média em setembro, o que demonstra que os bancos não repassaram integralmente a redução da taxa de juros com a qual conseguiram os recursos.
Acompanhando o movimento de redução da meta da taxa Selic pelo Banco Central, as instituições financeiras começaram a reduzir os juros cobrados dos clientes. No geral, a média da taxa das operações referenciais de crédito caiu 0,7 ponto percentual de agosto para setembro, chegando a 39% ao ano, a menor desde fevereiro, quando a taxa havia sido de 38,1%. O cálculo das operações de crédito referenciais não inclui crédito habitacional, crédito rural e aplicações do BNDES.
Os juros cobrados pelos bancos recuaram mais nas operações com empresas do que com famílias. O custo das operações com pessoas jurídicas diminuiu 0,9 ponto percentual para 30% ao ano, enquanto o das pessoas físicas caiu de 46,2% para 45,7% ao ano.
Na outra ponta, o valor que os bancos gastaram para captar recuou de 11,9% ao ano, em agosto, para 10,9% ao ano, em setembro. A queda foi maior nas operações com pessoa física (1,1 ponto) do que jurídica (0,8 ponto). A taxa de captação para operações com empresas terminou setembro em 11,1% ao ano, enquanto a de operações com famílias encerrou o mês em 10,7% ao ano. Ambas, abaixo da meta Selic, de 11,5%.
Mesmo assim, a diferença entre as taxas de captação dos bancos e a aplicada aos clientes (spread) subiu de 34,4 ponto, em agosto, para 35 ponto na média em setembro, o que demonstra que os bancos não repassaram integralmente a redução da taxa de juros com a qual conseguiram os recursos.
Na avaliação do chefe do Departamento Econômico, Tulio Maciel, o spread das pessoas físicas incorpora os riscos da inadimplência das famílias que, apesar de se manter constante em setembro frente a agosto (6,8%), está num patamar muito alto. No geral, o volume financeiro dos contratos com pagamentos em atraso há mais de 90 dias, critério usado pelo BC para medir inadimplência, permaneceu estável em 5,3%, mesmo resultado de agosto. O indicador de calote para as empresas, no mesmo período, teve ligeira queda de 0,1 ponto, para 3,8%.
Nas prévias dadas pelo BC, o spread até o dia 13 de outubro aumentou 0,1 ponto., para pessoas jurídicas e físicas. A parcial da taxa de juros calculada no mesmo dia, porém, se manteve estável em relação ao final de setembro. Enquanto a taxa cobrada de créditos a pessoa física subiu 0,1 ponto para 45,8%, o juro das operação com jurídica recuou 0,1 ponto percentual para 29,9% ao ano.
(Fonte: Valor Econômico)