Trabalhadores tem expectativa de avanços nas conquistas
O clima de autoritarismo que a direção do Banco do Brasil instalou com a tentativa de impor um Plano de Funções com perdas para os trabalhadores ganha um novo significado com a divulgação de que o banco teve o maior lucro de sua história. O BB tem condições de voltar à mesa de negociações. Também deverá prenunciar que o banco público terá condições de oferecer avanços na mesa de negociação da campanha salarial deste ano, afinal fechou o ano de 2012 com lucro líquido de R$ 12,2 bilhões, uma alta de 0,7% em 12 meses, recorde em toda a sua história.
O diretor do SindBancários e empregado do BB, Flávio Pastoriz, diz que se trata de uma boa notícia e que o banco deve considerar conceder avanços nas conquistas dos trabalhadores. "Um lucro recorde indica que os bancários trabalharam muito ao longo de 2012. Este lucro está diretamente relacionado ao nosso esforço. Temos que pensar em recompensas. O banco vai ter condições de melhorar as condições de trabalho, de pagar uma PLR mais significativa e negociar um Plano de Funções que não tragam perdas salariais aos bancários e bancárias. Vamos para negociação de campanha salarial com perspectiva de avançar nas conquistas", avaliou o diretor.
No quarto trimestre, o lucro líquido foi de R$ 4 bilhões, alta de 45,5% em relação ao trimestre anterior. Segundo nota divulgada pelo banco, a expansão da carteira de crédito foi o principal fator para o crescimento do lucro. No ano passado, por determinação do governo, os bancos federais (BB e Caixa Econômica) reduziram os juros para empréstimo, o que aumentou a busca pelo serviço. Ao final de 2012 os índices de inadimplência do BB se mantiveram menores do que os observados no sistema financeiro nacional.
O índice de pagamentos atrasados há mais de 90 dias ficou em 2,05% da carteira de crédito, abaixo dos 2,16% em dezembro de 2011. No mesmo período, o sistema financeiro nacional registrou aumento no seu índice, de 3,60% em dezembro de 2011 para 3,64% em dezembro de 2012. Para 2013, a expectativa do BB é de crescimento de 16% a 20% na carteira de crédito ampliada no país.
*SindBancários com UOL