WhatsApp é usado para disseminar pânico aos desavisados  

Não é novidade o uso do telefone celular para aplicar golpes e espalhar pânico entre uma parcela da população. Se por longo período foram comuns – e ainda acontecem – as ligações de presidiários na tentativa de tirar dinheiro de mães zelosas crentes que seus filhos correm risco de morte, hoje o WhatsApp é a ferramenta de outros mal intencionados. Recentemente, o Ministério da Fazendo precisou informar oficialmente que não havia risco de confisco da poupança para desmentir um desses boatos espalhados em mensagens – de texto e voz – por celular. Agora, às vésperas de ato convocado na tentativa de provocar o impeachment da presidente Dilma Rousseff, é a vez de mensagens prevendo uma guerra civil espalharem o pânico entre alguns desavisados.

Em um dos exemplos de áudio que circula via WhatsApp, uma mulher afirma ter recebido de uma amiga, sobrinha de um militar da inteligência do Exército, a informação de que guerrilheiros estariam na floresta Amazônica , com mais de 20 mil armas, preparados para uma guerra civil.

"O Exército recebeu essa notificação. Ainda está investigando para ver se tem procedência ou não. (…) E ainda tem rumores de que eles façam a mesma coisa que naquela época da poupança, de que eles tirem todo o dinheiro da poupança. Gente, vamos se prevenir”, diz a mensagem.

Procurada pelo Sul21, a assessoria de imprensa do Exército confirmou já estar a par das mensagens falsas que circulam via aplicativo de celular, e ressaltou: "os áudios veiculados nas mídias sociais não têm origem no Exército Brasileiro”.

Em nota oficial divulgada em fevereiro, quando já circulava esse tipo de boato, o Ministério da Fazenda esclareceu que as informações eram falsas. "Tais informações são totalmente desprovidas de fundamento, não se conformando com a política econômica de transparência e a valorização do aumento da taxa de poupança de nossa sociedade, promovida pelo governo, por meio do Ministério da Fazenda.”

Mensagens com esse tipo de teor, além de mentirosas, são ilegais, podendo resultar em multa e até três meses de prisão.

*Sul21