Após mais de treze horas de reunião, o Congresso Nacional aprovou na noite desta quinta-feira (23) o Orçamento de 2012. Como planejava o governo, não houve acréscimo de novas despesas obrigatórias, mesmo enfrentando impasse sobre as discussões de reajustes salariais de servidores e aumento nas aposentadorias. Aos aposentados, mesmo sem aumento real, o Orçamente prevê reposição medida pela inflação – 6,3% pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de 2011.
O texto inicial do governo previa um Orçamento efetivo (que exclui os gastos como refinanciamento da dívida pública) de R$ 1,572 trilhões. Após acréscimos de receita e despesa no Congresso, o valor ficou em R$ 1,602 trilhão. O relator-geral da proposta, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), promoveu mudanças no parecer final para viabilizar acordo para a votação.
Chinaglia contemplou ainda uma série de ações nos estados, fruto de negociação com as bancadas estaduais. Por causa das mudanças, que foram implementadas no final da tarde, ainda não é possível dizer de quanto será o valor para os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2012. A estimativa mais recente dá conta de que ficará na casa dos R$ 42,5 bilhões, valor próximo ao indicado pelo governo.
Impasse
O líder em exercício do PDT, deputado Paulo Pereira da Silva (SP), ameaçou derrubar a sessão do Congresso caso o governo não atendesse a reivindicação dos aposentados por um aumento real em 2012. Após acordo entre líderes, foi assumido o compromisso de que a presidente Dilma Rousseff responderá ainda nesta sexta-feira (23) aos questionamentos dos representantes dos sindicatos dos aposentados.
O governo também deverá convocar, provavelmente em fevereiro, negociações com as centrais sindicais e representantes dos aposentados para uma política de valorização das aposentadorias.
Rede Brasil Atual