O Brasil teve no ano passado 411 greves no setor público e privado, segundo dados divulgados nesta quinta- feira pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Foi o maior número registrado desde 2004, quando o órgão voltou a acompanhar o número de greves no país.
Para o Dieese, o forte crescimento econômico nos três primeiros trimestres de 2008 pode explicar o aumento no total de greves no ano.
– Em geral, uma economia em crescimento proporciona aos trabalhadores contexto favorável para a ampliação de conquistas e a melhora da remuneração e condições do trabalho – diz o estudo.
As greves no setor privado foram mais numerosas que as da esfera pública pela primeira vez desde 2004. Foram 224 greves na esfera privada, enquanto o setor público teve 184 paralisações. Houve ainda três paralisações conjuntas entre trabalhadores públicos e privados. Em 2007, haviam sido 161 greves no setor público e 149 na esfera privada, além de 6 greves conjuntas.
No entanto, o setor público foi responsável por uma parcela maior das horas paradas: 17.457, ou 71% do total, ante 6.984 horas paradas no setor privado. Só o funcionalismo público foi responsável por 68% do total geral de horas paradas em greves.
No setor privado, a maior parte das greves, ou 44% do total, pedia reajuste salarial. Em segundo lugar estavam questões ligadas a auxílio-alimentação, com 31%. A terceira reivindicação mais frequente foi a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), com 24% do total.
Fonte: G1