A oferta de microcrédito é considerada um dos fatores cruciais para estimular o empreendedorismo, sendo muito mais eficaz que simples ações de incentivo tributário, por exemplo.
O Brasil, considerado país do empreendedorismo – muitas vezes forçado pela falta de perspectiva profissional e o desemprego – vai ter agora um banco especializado em microcrédito.
Chega este ano ao Brasil, o Grameen Bank, conhecido por banco dos pobre. Idealizado pelo indiano Muhammad Yunus, a primeira instituição financeira especializada em microcrédito – com filiais em 44 países – deu notoriedade mundial ao indiano, ganhador do Nobel da Paz em 2006.
O modelo de concessão de microcrédito desenvolvido por Yunus é único. Aqui, a ideia inicial é atuar em bolsões de pobreza localizados na região amazônica, no Nordeste do país e em São Paulo.
O valor dos empréstimos deve variar de R$ 300 a R$ 2 mil, e a taxa de juro tende a ser fixada em torno de 1,5% ao mês.
No microcrédito, não há exigência de garantias, seja alienação fiduciária ou depósito caução.
Como o banco não recorre à justiça contra eventuais devedores, não é necessária assinatura de contrato. Mesmo assim, funciona. O índice de inadimplência é de apenas 2%.
Boa parte do sucesso do Grameen na concessão de crédito se deve ao modelo de gestão criado por Yunus. São procedimentos rígidos, que incluem desde pagamentos semanais até priorização do atendimento ao público feminino, que hoje representa 97% dos clientes do banco.
E o motivo é simples: as mulheres são consideradas mais altruístas do que os homens e, por consequência, menos propensas a desviar os recursos para outras finalidades.
(Fonte: Brasil Econômico)