Neste ano, plebiscito quer ouvir o povo sobre jornada de trabalho, escala 6×1 e justiça tributária
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) incentiva a participação da categoria bancária no Plebiscito Popular 2025. Desde esta terça-feira (1º de julho) urnas físicas começaram a ser disponibilizadas em sindicatos, praças, igrejas, terminais de transporte, escolas e locais de trabalho. Se você representa alguma organização popular e quiser aderir ao mutirão do plebiscito, é possível solicitar uma urna por e-mail (plebiscito.popular2025@gmail.com) ou WhatsApp (16 98213-4214).
Também será possível votar pela internet por meio do site www.plebiscitopopular.org.br, mas segundo a organização do Plebiscito Popular, esse formato ainda não está disponível, a previsão é a votação online será disponível em setembro.
Também a partir desta terça-feira, 1º de julho, começam as atividades ativas de comunicação e engajamento promovidas pelos movimentos sociais e centrais sindicais, incluindo a Contraf-CUT, para que a sociedade entenda o que é o Plebiscito Popular e a importância de contribuir com a sondagem que, neste ano, quer saber o que os brasileiros pensam sobre a redução da jornada de trabalho sem corte de salário, fim da escala 6×1 e de propostas para justiça tributária, como o projeto de lei para isenção de imposto de renda a quem ganha até R$ 5 mil e aumento da taxação sobre rendas superiores a R$ 600 mil por ano.
A definição dos temas do plebiscito foi divulgada em abril, pela Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo — que reúnem organizações como a CUT, o MST e diversos outros movimentos. A proposta, organizada pela Rede Jubileu Sul, está amparada no artigo 14 da Constituição Federal e regulamentada pela Lei 9.709/98, que garante o direito à consulta popular antes da criação de leis.
“Para a Contraf-CUT, esse é um momento estratégico de escuta e mobilização da base”, explica Elaine Cutis, secretária de Políticas Sociais da entidade. “Estamos diante de uma oportunidade histórica de escutar a voz da classe trabalhadora. Essa escuta precisa ser organizada, capilarizada e levada adiante como instrumento de pressão popular para que os poderes públicos respondam aos anseios do povo. Por isso, a Contraf-CUT está mobilizada para garantir a presença ativa da categoria bancária nesse processo”, completa.
Plebiscito é resistência democrática
Mais do que uma consulta sobre políticas públicas, o Plebiscito Popular 2025 é também uma ferramenta de enfrentamento ao crescimento da extrema-direita e seus discursos de ódio. A mobilização será realizada em três fases:
- Criação de comitês populares em bairros, escolas, universidades e locais de trabalho;
- Coleta de votos da população sobre os temas propostos;
- Entrega dos resultados em Brasília às lideranças dos Três Poderes.
Para Elaine, o plebiscito “é também uma resposta política à desinformação e à tentativa de silenciamento popular. É uma ação concreta de retomada do protagonismo das pessoas comuns nas decisões que afetam diretamente suas vidas.”
Democracia que nasce na base
A abertura de uma nova fase de mobilização, com o mutirão nacional, inclui panfletagens, rodas de conversa, encontros culturais e forte atuação nas redes sociais. Os organizadores estimulam o compartilhamento de conteúdos com a hashtag #PlebiscitoPopular2025 e a marcação do perfil oficial @plebiscitopopular.
“Queremos que essa consulta chegue onde a política institucional muitas vezes não chega: nos locais de trabalho precarizados, nas periferias, nos interiores do país. É nas bordas da sociedade que o impacto das decisões políticas é mais profundo — e é lá que o povo precisa ser ouvido com urgência”, reforça a secretária de Políticas Sociais da Contraf-Cut.
Formação, voto e participação popular
A Contraf-CUT reforça o chamado à participação ampla de sindicatos, movimentos sociais e da sociedade civil organizada. “Essa mobilização é sobre direitos, sobre justiça, sobre colocar o povo no centro das decisões. Estamos juntas nessa construção”, conclui Elaine.