Entre os delitos atribuídos a Palladino estão gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
O ex-presidente do Banco PanAmericano, Rafael Palladino, foi indiciado na tarde desta segunda-feira, dia 31, pela PF (Polícia Federal) sob a acusação de ter cometidos seis diferentes tipos de crimes financeiros durante a gestão que supostamente levou a um rombo de R$4,3 bilhão na instituição financeira.
Entre os delitos atribuídos a Palladino estão gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Ele foi convocado pela PF para prestar depoimento hoje mas se recusou a responder às perguntas feitas no interrogatório, por orientação de seus advogados.
Ao deixar o prédio da instituição ele negou ter cometido os crimes. "Eu trabalhei por 22 anos no grupo Sílvio Santos, minha atitude sempre foi ilibada e nunca houve nada que me desabonasse. Estou sendo vítima de um linchamento público."
"Quando eu estiver à disposição para falar eu vou chamar vocês e vou explicar tudo o que realmente aconteceu. Não estou fugindo, nunca fugi de ninguém. Queriam que eu entrasse [na PF] pela porta de trás, mas eu nunca na minha vida entrei ou saí pela porta de trás, em lugar nenhum. É por isso que entrei e saí hoje pela porta da frente", disse.
Indagado sobre a acusação de ter colaborado para um rombo de R$4,3 bilhão no banco, Palladino disse: "Em primeiro lugar a gente põe em dúvida o rombo. Deixa chegar a hora e quando eu puder falar vamos chamar vocês."
A advogada de Palladino, Elisabeth Queijo, disse que o cliente dela recusou-se a responder ao interrogatório "não porque ele não tenha o que dizer, ele tem muito a dizer. Mas ele vai falar perante uma autoridade imparcial, em juízo".
A advogada criticou a condução do caso pela PF. Segundo ela, o ex-presidente do PanAmericano "não foi ouvido durante todo o transcurso do inquérito e hoje foi chamado para um indiciamento sobre o qual não tivemos sequer ciência dos fundamentos lançados nos autos".
INVESTIGAÇÕES
As investigações finais sobre as fraudes no PanAmericano levaram a Polícia Federal a apontar, além de Palladino, outros seis executivos como os autores dos crimes que provocaram o rombo de R$ 4,3 bilhões no banco. Nesta semana, a PF deverá concluir os indiciamentos dos sete dirigentes.
Além de Palladino, serão Intimados a depor nos próximos dias, Luiz Sandoval, ex-presidente do grupo Silvio Santos, e Luiz Augusto Teixeira de Carvalho Bruno, ex-diretor jurídico. Eles deverão deixar o prédio da PF em São Paulo já oficialmente acusados.
Na semana passada, foram indiciados Wilson Roberto De Aro, ex-diretor financeiro –apontado como um dos mentores do esquema–, e Adalberto Saviolli, ex-diretor de crédito e cobrança.
Marcos Augusto Monteiro, responsável pela contabilidade do banco, e Eduardo de Ávila Pinto Coelho, ex-diretor de tecnologia, compõem ainda o quadro de acusados da fase final do inquérito.
Na lista de acusados também está o mecânico Alexandre Toros, suposto "laranja" de Palladino nas fraudes.
(Fonte: Folha.com)