O MP de São Paulo abriu representação na Promotoria do Patrimônio Público e Social para investigar denúncia feita pela Record sobre a utilização de terreno público pela sede da Globo. A informação foi divulgada ontem em reportagem do Jornal da Record, que também mostrou a suspeita de fraude na concessão de autorização do funcionamento da emissora no estado paulista.
Conforme a reportagem, após abertura de processo judicial por parte dos herdeiros do dono da antiga TV Paulista, que se tornou a TV Globo/São Paulo, a perícia e os pareceres do MPF apontaram falsidade em todos os documentos apresentados pela família Marinho. Na década de 50, Osvaldo Ortiz Monteiro era o principal acionista da TV Paulista e decidiu vendê-la. O comprador foi o empresário Victor Petraglia, morto antes de efetuar a transferência.
Mesmo assim, a emissora foi parar nas mãos de Roberto Marinho. Ao manusear os documentos, os herdeiros de Petraglia descobriram que não havia nada que se referisse à venda da TV Paulista para Marinho. Solicitaram a exibição dos documentos, mas a Globo não os atendeu. Assim, foram à Justiça.
Os contratos entregues pela Globo foram levados à perícia, sendo constatada a falsidade de todos os papéis. Os documentos foram assinados em fevereiro de 1977, quando a TV Paulista já não existia. As procurações exibidas teriam sido redigidas e assinadas 20 anos após. A própria assinatura do dono da TV Paulista também seria montagem. Em 2003, pareceres do MPF confirmaram as fraudes. A ação dos herdeiros está no Superior Tribunal de Justiça e aguarda decisão.
Fonte: Correio do Povo