Em 2008, foram dispensados 39.398 bancários, cuja média vencimentos era de R$ 3.325,89. Os bancos admitiram 54.627, com salário de R$ 1.959,84.
A rotatividade é usada pelos bancos como forma de achatar salários e cortar custos. Levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que as instituições financeiras substituíram funcionários que ganhavam mais por outros com rendimentos menores. O levantamento foi organizado pela subdivisão do Dieese no Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Em 2008, foram dispensados 39.398 bancários, cuja média vencimentos era de R$ 3.325,89. Os bancos admitiram 54.627, com salário de R$ 1.959,84. No ano anterior, foram demitidos cerca de 40 mil bancários com salários médios de R$ 3.085,35 e contratados 50 mil ganhando em média R$ 1.871,40.
"Em geral, sempre que a empresa substitui seus empregados os salários são achatados", lembra Ana Carolina Tosetti, economista do Dieese e organizadora do levantamento. Ela ressalta que promoções e outros fenômenos poderiam ser levados em conta, mas não a ponto de acompanhar os salários dos demitidos.
O presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, atribui essa atitude à ganância dos bancos. "É uma economia burra. Os bancários com salários mais altos também são os mais antigos e experientes. Parece inteligente dispensar um empregado e contratar outro ganhando menos. Mas não é, basta ver o quanto aumentou o número de reclamações dos clientes. Isso sem falar da irresponsabilidade social, pois não podemos esquecer que os bancos estão mandando embora pais e mães de família", lamenta Marcolino. Ele destaca que o Sindicato mantém campanhas perenes pela manutenção dos empregos. "Esses números são mais uma mostra de que os bancos estão devendo à sociedade e vamos cobrar."
Rotatividade
Levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) realizado a partir dos dados do Caged, mostra que as empresas usaram a rotatividade nos últimos seis meses para baixar salários durante a crise. Antes disso, nota-se um crescimento nos últimos anos de uma prática que, historicamente, sempre foi alta.
A ausência de custos significativos e de proteção ao trabalhador permitem que as empresas substituam funcionários por outros com salários mais baixos.
(Fonte: Anselmo Massad – Rede Brasil Atual)