CUT entrou com ações na Justiça para interromper leilão
Cerca de 150 pessoas participaram nesta segunda-feira (6) de protesto contra o leilão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília, em frente a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), na região central da cidade. A maior parte eram funcionários da Infraero, estatal que agora passará a ter participação minoritária da gestão dos terminais.
No total, os três aeroportos foram arrematados por R$ 24,5 bilhões. Juntos, eles respondem por 30% dos passageiros, 57% do volume de cargas e 19% das aeronaves que passam pelos terminais brasileiros.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT), que está à frente das manifestações, havia entrado com quatro ações na Justiça para interromper a realização do leilão – todas sem sucesso. Segundo o secretário-geral da entidade, Quintino Severo, novas ações poderão ser apresentadas.
"Agora que o leilão aconteceu, vamos estudar qual medida judicial será possível tomar. Não temos dúvida de que a prestação de serviços para a sociedade será prejudicada com a gestão privada", disse Severo à Carta Maior.
Ele vislumbra ao menos três problemas no novo modelo: aumento de tarifas aeroportuárias, menos segurança nos terminais e pátios e fim da era da inclusão de novos passageiros. "Se a lógica do setor privado é gerar lucro, a única forma é aumentar tarifas é fazer os terminais virarem shopping centers", criticou o dirigente da CUT.
Já os trabalhadores da Infraero estão relativamente protegidos – ao contrário de privatizações do passado, quando em regra ocorriam demissões em massa. Após negociar com o governo federal, os sindicalistas obtiveram estabilidade até 2017 para os funcionários da Infraero.
"O problema são os novos trabalhadores a serem contratados, que ficarão à mercê das novas regras", alertou ele.
*Carta Maior