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TERMINA PRAZO ANUNCIADO PELO GOVERNO SARTORI PARA ENVIAR PROJETO DO MÍNIMO REGIONAL

             Mínimo é apontado pela CUT-RS como poderoso instrumento de valorização do trabalho "" 


Acaba nesta sexta-feira (12) o prazo anunciado pelo chefe da Casa Civil do governo Sartori (PMDB), Márcio Biolchi, para o envio do projeto de lei para a Assembleia Legislativa com a proposta de reajuste ao salário mínimo regional. O prazo foi comunicado por Biolchi, junto com o secretário do Trabalho e do Desenvolvimento Social, Miki Breier,durante reunião com as centrais sindicais no último dia 3, no Palácio Piratini, antes do ato da CUT-RS, CTB, UGT e Nova Central, na Praça da Matriz, antecedendo a posse da nova mesa diretora do parlamento gaúcho.


Biolchi disse, na ocasião, que ”esse assunto vem sendo amadurecido desde as negociações do final do ano passado, envolvendo diferentes setores do governo e da sociedade para que o projeto seja o mais representativo possível do diálogo estabelecido até aqui”. Ele não antecipou o índice a ser proposto pelo governador.

A reivindicação das centrais é um aumento de 11,68%, igual ao índice aplicado pela presidenta Dilma Rousseff (PT) para corrigir o salário mínimo nacional em janeiro. O reajuste deve entrar em vigor de forma retroativa a 1º de fevereiro.

Enrolação sem fim

Na manifestação, os dirigentes sindicais criticaram a enrolação e a morosidade do governo Sartori. Eles recordaram que a demanda vem sendo discutida desde outubro do ano passado com secretários estaduais e com representantes das federações empresariais, mas os debates foram infrutíferos e nenhum consenso foi produzido.

"Falamos com secretários estaduais, falamos com empresários e só não falamos com o governador porque, apesar das solicitações que fizemos, não nos concedeu até hoje uma audiência para discutir a nossa reivindicação, desrespeitando profundamente os trabalhadores gaúchos”, criticou o secretário de Relações do Trabalho da CUT-RS, Antonio Güntzel.

Ele lamentou a choradeira dos empresários. "Eles vivem aumentando os preços dos seus produtos, mas se negam a repor as perdas inflacionárias aos trabalhadores, o que é inaceitável”, salientou Antonio. ”Onde está a responsabilidade social que eles tanto alardeiam?”, questionou.

Expectativa dos trabalhadores

A expectativa das centrais é que o projeto corresponda ao reajuste do mínimo nacional. "Não vamos abrir mão dos 11,68% porque é fundamental manter a valorização do mínimo regional para não corroer o poder de compra dos trabalhadores”, frisou o dirigente da CUT-RS.

"Caso o governo fixe índice abaixo dos 11,68% para agradar os empresários, vamos pressionar os deputados, para que façam uma emenda alterando o percentual, de modo a manter a paridade com o mínimo nacional e proteger os trabalhadores que mais precisam”, projetou.

A importância do mínimo regional

Cerca de 1,5 milhão de gaúchos recebem o mínimo regional, cujas cinco faixas oscilam atualmente entre R$ 1.006,80 e R$ 1.276,00. "São os mais vulneráveis, os que possuem menor organização sindical e os que mais dependem da ação do Estado”, explicou Antônio. Essa conquista que começou no Rio de Janeiro também beneficia os trabalhadores de Santa Catarina, Paraná e São Paulo.

O mínimo regional é apontado pela CUT-RS como um poderoso instrumento de valorização do trabalho, distribuição de renda e redução das desigualdades regionais.

*CUT-RS

 

 

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