Bradesco, Santander e Itaú somam R$ 16,8 bi somente nos seis primeiros meses
Os bancários deveriam ter razão para comemorar. Afinal, com o anúncio do crescimento do lucro dos três maiores bancos privados do Brasil, em pleno início da Campanha Nacional Unificada 2011, o aumento real de salários, o crescimento da PLR e a valorização do piso deveriam ser obrigação das instituições financeiras.
Bradesco, Santander e Itaú empregam quase 212 mil trabalhadores em todo o país, 44% do setor (dados do balanço dos bancos de dezembro de 2010). Juntos, lucraram no primeiro semestre R$ 16,8 bilhões.
"O crescimento do setor segue forte numa média de 20% há mais de dez anos. Ou seja, poderiam cumprir seu papel social, pagar mais e empregar mais trabalhadores para atender melhor à população com melhores condições de trabalho, sem adoecer seus funcionários com pressão e metas absurdas", completa a dirigente, Juvândia Moreira, lembrando que as questões de saúde continuam entre as principais preocupações dos bancários.
Muito dinheiro
O lucro líquido divulgado pelo Bradesco para o primeiro semestre de 2011 foi de R$ 5,487 bilhões, 21,7% maior na comparação com igual período do ano passado. Um dos fatores que puxaram o resultado foram as operações de crédito, que saltaram de R$ 176 bilhões em 2010 para R$ 215 bilhões neste ano, crescimento de 22%. Outra receita com alto rendimento foi a de prestação de serviços, subindo de R$ 6,2 bilhões para R$ 7 bilhões, variação de 12%. Os números foram anunciados em 27 de julho.
No Santander, o lucro líquido, informado também no dia 27, foi de R$ 4,153 bilhões para os primeiros seis meses de 2011, 17,7% mais que no mesmo período do ano anterior e o melhor resultado de todos os países onde a instituição atua, correspondendo a 25% do lucro global do grupo. A carteira de crédito cresceu 17%.
O resultado do Itaú foi o maior até agora. Divulgado nesta terça-feira 2, o lucro líquido de R$ 7,133 bilhões no primeiro semestre deste ano foi 11,5% maior que no mesmo período de 2010.
"Todo esse crescimento é resultado direto do trabalho do bancário, produzido no dia a dia das agências e departamentos. Esses trabalhadores merecem ser valorizados e vamos lutar por isso", completa Juvandia.
*Sindicato dos bancários de São Paulo com edição do SEEB Pelotas