Setor perdeu 8.536 vagas nos quatro primeiros meses de 2017
Todos os estados brasileiros registraram saldo negativo de contratações, exceto o Acre, que teve apenas um novo posto de trabalho criado. São Paulo (- 2.472), Paraná (1.162) e Rio de Janeiro (-911) foram os estados mais impactados pelos cortes.
Mesmo com lucros elevados no primeiro trimestre, os bancos cortaram milhares de postos de trabalho. Não existe qualquer justificativa razoável para tantos cortes. Como concessões públicas, os bancos deveriam ter responsabilidade social e não colaborar para a já elevada taxa de desemprego no país. O resultado desse tipo de gestão, que corta custos atacando a folha salarial, são bancários sobrecarregados, adoecidos, agências lotadas e clientes insatisfeitos.
O banco que mais impactou o emprego no setor foi a Caixa, com saldo negativo de 4.320 postos de trabalho. O elevado número de cortes é resultado do PDVE (Plano de Demissões Voluntárias Extraordinário), lançado no início do ano pouco antes da liberação dos saques de contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Esse quadro aumentou significativamente a demanda de trabalho na instituição, inclusive com ampliação do horário de atendimento e abertura de agências aos sábados.
A direção da Caixa, sob ordens do governo Temer, promove um verdadeiro desmonte na instituição, reduzindo seu papel estratégico para o desenvolvimento e retomada econômica do país. Além disso, reduz drasticamente o quadro de funcionários. Os empregados, junto com suas entidades representativas, devem defender a Caixa 100% pública e seu fortalecimento. Mais empregados para a Caixa é mais Caixa para o Brasil.
A diferença de remuneração entre homens e mulheres também se faz presente entre os bancários desligados. As 7.788 mulheres que deixaram os bancos recebiam, em média, R$ 6.572,97, ou 79,7% da remuneração média dos 7.526 homens desligados.
Isso mostra que, se aprovada a reforma da Previdência, não existirão mais aposentados bancários. Antes de completar 65 anos, com o mínimo de 25 anos de contribuição, o trabalhador será substituído por outro mais jovem, com remuneração inferior.
*SEEB Santos