A arrecadação de tributos atingiu em 2011 R$ 993,6 bilhões, com alta real de 10,10%, descontada a inflação. De acordo com a Receita Federal, o desempenho decorre dos efeitos na economia dos aumentos de 15,61% da massa salarial, de 7,65% na venda de bens e serviços, e de 25,45% do valor em dólar das importações. Com esse desempenho, a alta da arrecadação federal foi muito superior a doProduto Interno Bruto (PIB), cuja expansão está estimada para cerca de 3% no ano passado.
Em dezembro, o recolhimento de impostos e contribuições somou R$ 96,632 bilhões, com queda de 2,91% em relação a dezembro de 2010 e alta de 22,20% frente a novembro.
Os bancos lideram o ranking dos 10 setores com a maior arrecadação. Em 2011, bancos e corretoras recolheram aos cofres do governo federal R$ 116,7 bilhões, 12,19% acima do montante pago em 2010. Na sequência figuram as empresas de comércio atacadista com R$ 46,7 bilhões, 10,98% a mais. O terceiro lugar é ocupado pelos fabricantes de veículos, que recolheram R$ 37 bilhões em impostos e contribuições, com alta de 11,61%.
Os demais segmentos com as maiores arrecadações tributárias são comércio varejista, extração de minerais metálicos, seguros e previdência complementar, construção e corretoras.
A arrecadação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) reflete o efeito de medidas tomadas para conter o fluxo de moeda estrangeira no país. Em 2011, a cobrança do imposto sobre as operações de câmbio referente a entrada de moeda caiu 15,67%, totalizando R$ 4,676 bilhões, ante R$ 5,544 bilhões registrados em 2010.
Em termos gerais, a arrecadação total do IOF atingiu R$ 32,564 bilhões em 2011, com alta real de 12,14% em comparação ao ano anterior.
O maior crescimento no IOF decorreu da incidência do tributo sobre as operações de crédito de pessoa física, R$ 11,244 bilhões, 44% maior, também em termos reais. A expansão é um reflexo direto da expansão do crédito no país.
(Luciana Otoni | Valor)